quinta-feira, 1 de março de 2012

A mente dos Homens, part II


devaneios humanos, conhecemos as respostas?

Olá a todos, hoje trago a continuação da série de postagem A Mente dos Homens, desculpem-me pela demora em trazer a continuação do tema. Mas hoje entrevisto alguém muito especial, que tive o prazer de conhecer através da rede de computadores e também pessoalmente, não imagino como seria minha vida hoje em dia sem ele, R. R. L. Convoitise nos dá a honra de responder a algumas questões, como por exemplo, o que é a morte?  O que é a liberdade? E muitas outras, mas como são respostas grandes essa postagem será dividida em duas, o link para a segunda parte se encontra aqui.
Seguimos agora com a entrevista, que essas perguntas, especialmente as respostas ajudem um pouco a todos vocês a se conhecerem melhor e aos outros.
 

O que é a morte?


Eu podia dizer simplesmente que a morte é o fim de tudo. O fim desta nossa existência. Mas Esta é uma pergunta difícil de responder, se é que há uma resposta para ela. Podemos encarar a morte de diversas maneiras. Como um chamado de Deus (como os mais religiosos poder crer), como o término total da vida ou como simplesmente uma passagem de um nível a outro, isto é claro, dependerá da forma que cada um a encara.

A morte é um assunto muito delicado, pois podemos passar a vida toda convivendo com ela sem saber ao certo qual o objetivo de sua existência. Filósofos de todas as épocas tentam entender e explicar o verdadeiro motivo do porque temos de morrer. Conosco não é diferente.
Quando digo “por que”, não me refiro ao sentido biológico da morte do corpo que acontece pelo desgaste das células, cessação das funções vitais e etc, como bem sabemos, quando questiono o porquê de morrer, busco entender o porquê de vivermos tantas coisas se no fim teremos de deixar tudo para trás. A morte e a vida são complementares. É impossível pensarmos em uma sem pensarmos na outra.
A morte pode significar simplesmente deixar de existir como entidade pensante ou significar a liberdade do corpo físico para um corpo mais sutil para os mais espiritualistas. Mas o fato é que o sentido da morte está ligado intimamente ao sentido da vida. E entender o sentido de qualquer uma das duas, é algo para o qual a mente humana ainda é muito despreparada.
Não posso compreender realmente o sentido da morte, mas ela é, de fato, a meta de nossa vida; é o objetivo fatal. Ela é quem, de certo modo, regula nossa vida, a forma que vivemos. Se a idéia de morrer nos apavora, não conseguiremos jamais dar um passo a frente sem hesitar, não conseguiremos continuar seguros durante nossa vida, corremos o risco de não viver.
Há quem prefira não pensar na morte, acreditando que este é o melhor remédio para o transtorno que tal pensamento causa. Perdoe-me o que irei dizer a seguir, mas, de que brutal estupidez pode vir tão primária cegueira? Pois é loucura imaginarmos que assim resolvemos o assunto. Vamos e voltamos, pulamos e dançamos; e da morte nenhuma palavra? Tudo isso pode parecer belo, bonito, mas quando ela chega e nos alcança ou a um de nossos entes queridos, surpreende-nos de súbito e sem preparo de espírito. Gerando tormentos, dores e gritos de desespero, de proporções tão apocalípticas para nossa alma, simplesmente por não termos nos preparado antes, enquanto ainda havia tempo. Logo, se faz necessário atentar mais cedo para ela.
Se a morte fosse inimigo que se pudesse evitar, eu aconselharia uma retirada estratégica a fim de se evitar o confronto. Como, entretanto, é um inimigo que sempre atingiu e atinge a todos, aos de mau caráter e aos homens de bem, aos ricos e aos pobres, ao branco, ao negro, ao pardo ou ao vermelho, aos camponeses, aos nobres e aos guerreiros e como, contra a foice imparcial, não há couraça ou escudo que proteja, é preciso aprender o quanto antes a enfrentá-la de pé, firme e olhá-la nos olhos.
Há ainda um outro olhar sobre a tão temida e sinistra morte. Se ela for rápida e violenta ( falo agora sobre as circunstancias da morte e não da morte em si), não nos sobra tempo para temê-la. Porém se é do contrário, percebendo por mim mesmo este fato á proporção que para ela caminho através da doença, passamos a sentir uma forma de desdém pela vida. Posso verificar que é muito mais difícil aceitarmos a morte, de suportar esta idéia, quando estamos em pleno vigor e cheios de saúde do que quando adoecemos, quando já não nos apegamos mais às comodidades da vida, não do mesmo modo, cujo uso e prazer começamos a perder o apreço.
Nestas circunstancias passamos a ver a morte com bem menos temor. É o que me leva a esperar que quanto mais me afastar da vida e me aproximar da morte, de melhor grado me conformarei com a troca. Assim como eu, mais de uma vez verifiquei a verdade da afirmação de César, de que as coisas são maiores de longe, podemos observar que as doenças nos atemorizam mais quando estamos plenos de saúde do que quando a sofremos realmente.
A saúde, o vigor, o prazer nos faz sentir a doença em dobro, e quando esta chega até nós, verificamos que seu peso não é tão grande quanto parecia. Verifico aos poucos, que com a morte não é diferente. Não é necessário nos atormentarmos, evitando pensar nela. Perturbamos a vida com o „cuidado com a morte e a esta com o „cuidado com a vida. Não é contra a morte que nos preparamos quando a analisamos e pensamos e nos colocamos de pé, nos preparamos para a vida.
 Ao passarmos a pensar e a nos preparar para aquilo do qual não podemos fugir, conseguiremos encarar com mais leveza as coisas que nos rodeiam no dia a dia. Quantas vezes deixamos de fazer muitas coisas por medo de morrer? Por medo de perder a vida? Quando deixamos de fazer qualquer coisas por medo da morte, deixamos também de viver. E deixar de viver pelo medo de morrer é estar morto em vida.

Se a vida é um dom porque nos é tirada? E se a vida é uma maldição porque ela nos foi dada?
 
Não sei dizer se a vida é um dom ou uma maldição. Mas como mencionei anteriormente, não é possível falar de morte sem falar de vida e o contrário também é verdade. A vida pode parecer um fardo pesado demais para uns e para outros uma eterna graça. A importância que damos a nossa vida e como a vivemos é que faz dela um dom ou uma maldição. Podemos encontrar pessoas que tem "tudo o que precisam para ser feliz e ainda assim mostram-se pessoas frustradas e amargas, que crêem que a vida é feita somente de desacordos e infortúnios e que desejam ardentemente pela morte, enquanto outras que vivem com o básico do essencial para uma vida equilibrada dão se por satisfeitas por terem o que tem, e quando se encontram em situações de sobrevida, ainda arranjam forças sabe-se lá de onde para continuar a viver.
 O que eu quero dizer é que a vida que levamos é que define o tipo de presente que recebemos da Natureza, dos Deuses, etc. O que para um parece ser uma vida abençoada, para outro pode parecer uma vida de total desgraça e tormento. A natureza deste presente, chamado vida, que recebemos, bem como das demais coisas e situações, depende muito dos olhos de quem vê.
Torna-se impróprio tentar definir aqui, a vida de um modo geral como um dom ou uma maldição, visto que, esta condição irá variar de olhar para olhar.
Se levamos uma vida razoavelmente confortável e a recebemos como um dom, é natural questionarmos o porquê termos de morrer. Afinal, construímos projetos, realizamos planos, e no final tudo acaba em morte? Qual o verdadeiro objetivo então de vivermos, trabalharmos por aquilo que acreditamos, conquistar vitórias se no final iremos todos morrer? E se vivemos uma vida muito crítica e a vemos como uma maldição podemos nos perguntar por que foi então que nascemos? Gerações e gerações vêm tentando entender de onde viemos e para onde vamos, cada qual com os seus porquês, e o fato é que, ainda não encontramos respostas satisfatórias para estes questionamentos tão pertinentes.
Muitos povos e religiões possuem explicações rápidas para questionamentos desta natureza, há aqueles que aleguem que nascemos para cumprir uma missão importante ou para aprendermos alguma lição espiritual, moral ou afins e que morremos quando nosso propósito foi cumprido, porém não podemos nos apegar a estas respostas muitas vezes baseadas somente na fé (algo abstrato) como se fossem a única e irremediável verdade, pois cada povo, cada cultura e cada credo apresentarão a sua própria versão desta verdade, e qual estará realmente certa? Se nosso nascimento, vida e morte fazem parte de um plano maior, de uma entidade superior, que plano seria esse? Porque enfrentamos dificuldades, sofremos, nos felicitamos, porque temos que viver este misto de coisas como em um carrossel em velocidade máxima?
 Acabo de pensar uma coisa meio curiosa, mas que já foi largamente discutida entre mim e alguns amigos considerando outros aspectos da vida, mas que acho muito aplicável, também, ao presente questionamento: talvez a vida seja dom E maldição.
O equilíbrio para o qual todas as coisas sempre tendem, desde que o mundo é mundo. E o que acontece é que passamos a prestar mais atenção a um dos lados deste equilíbrio, o que nos faz acreditar em uma vida agraciada ou uma vida amaldiçoada, voltando de novo a questão do olhar.
Talvez a solução para este problema esteja em buscar o equilíbrio. Buscar a outra parte e equilibrar de novo a nossa essência. Bem, talvez isso nos ajude a entender os aspectos de benção ou maldição, porém não nos responde a questão do nascer e morrer.
Um Sábio Amigo que encontrei nos caminhos de minha vida uma vez me disse que, há perguntas para as quais não há respostas, pois o mais importante não é chegar a resposta final, mas sim o que aprendemos pelo caminho enquanto a procuramos, uma destas questões é: Porque existimos? – queria ter uma resposta muito satisfatória para essa questão e assim fechar esta pergunta com algo extraordinário, porém ainda não a encontrei e ainda não ouvi dizer de alguém que a tenha conseguido. Mas afinal, não são as respostas que movem o mundo não é? São as perguntas.

Imortalidade. O Desejo dos sãos ou o sonho dos loucos?
 
Ao ouvir esta pergunta notei uma coisa muito interessante, verdadeiro e pertinente: Todos, independentemente de serem sãos ou loucos, absolutamente todos, pensam na imortalidade. Todos pelo menos uma vez na vida apeteceram viver para sempre. A meu ver isso é muito natural, pois como dissemos anteriormente ninguém de fato aceita que nascemos e vivemos para perecer.
Muitos motivos podem levar alguém a desejar a imortalidade, desde o usufruto dos prazeres que a vida pode proporcionar até a sede incessável por conhecimento. Particularmente eu e alguns amigos pensamos na imortalidade como a oportunidade de adquirir conhecimentos. Quando eu era mais jovem costumava dizer que não me conformava que eu irei morrer sem saber a metade das coisas que há para serem aprendidas neste mundo.
Que morrer é um insulto a inteligência humana.A imortalidade ou ao menos a longevidade é algo que desperta o interesse de todas as pessoas, há pesquisas científicas buscando entender os mecanismos da vida e do envelhecimento, visando futuramente retardar e até mesmo interromper o ciclo de envelhecimento, principal „inimigo da longevidade.
Vi um documentário outro dia sobre o Instituto Matusalém, que está tão empertigado nesta que pode ser a maior descoberta do milênio que oferece um prémio de 4 milhões de dólares para o laboratório que conseguir prolongar em 40% a vida de ratos de laboratório e a quantia de laboratórios que estão nesta disputa é realmente surpreendente.
Mas uma coisa que sempre que converso com um Grande Amigo e que parece que as demais pessoas parecem não levar em conta, mesmo os cientistas e buscam insessantemente pela fonte da juventude, é o fato de que talvez a mente humana não seja capaz, ainda, de suportar uma eternidade de existência. De que irá adiantar vivermos eternamente se não lembrarmos das coisas que vivemos e aprendemos ao longo deste tempo? E quanto a população mundial? Já somos 7 Bilhões de humanos no planeta, o que acontecerá se estes 7 bilhões conseguirem a imortalidade e resolverem que querem procriar?
Mas e se a imortalidade fosse restrita a algumas pessoas?
Esta é uma boa solução. Porém, novamente caímos na questão da mente em demasiado despreparada e frágil diante do impacto de se viver para sempre. Sempre que pensamos em imortalidade nos detemos nos prós e nos esquecemos, talvez propositalmente, dos contras. Encontramos um exemplo de um dos contras na mitologia grega, a história de Io que recusando o cortejo de um deus foi amaldiçoada a viver eternamente. Note, a imortalidade foi uma maldição não uma benção. Io foi obrigada a viver eternamente, condenada a ver todos os entes queridos adquiridos ao longo dos séculos, padecerem de males, envelhecerem e morrerem.Será que algum humano realmente está preparado para isso? A imortalidade, o viver durante séculos pode nos trazer grandes e extraordinários conhecimentos e benefícios, porém pode também nos causar dor e desespero de proporções análogas ou mesmo superiores.
A imortalidade pode nos dar de presente tanto uma mente racional e perfeitamente sana repleta de conhecimentos, como também pode nos deixar loucos com o excesso de informação. Mas parece que todos estão dispostos a assumir estes riscos. A imortalidade ou mesmo uma simples extra-longevidade é o desejo de todos, é o que os homens vem buscando a séculos. Muitos foram considerados loucos, outros gênios da humanidade. Foi buscando pela pedra filosofal e, portanto, o elixir da longa vida que os homens (alquimistas) descobriram a Química, por meio da qual hoje obtemos muito para a manutenção da vida, como medicamentos por exemplo. O fato é que, a volição pela imortalidade, sendo aparentemente loucura ou não, produz resultados, e resultados muito significativos para a vida humana.

Esta foi a primeira parte da entrevista, aguardem a segunda parte.
Um grande abraço e até a próxima, de seu amigo
Pallas

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