quinta-feira, 29 de março de 2012

Masturbação, prazer ou pecado?


A história da Masturbação
 
Nos dias de hoje, na nossa sociedade ocidental vivemos em uma, não necessariamente, repressão, mas sim um esquecimento parcial do sexo e suas variantes, quando digo variante me refiro a atividades que envolvam o corpo, como a masturbação. Falaremos neste post um pouco sobre a masturbação.
Tocar o próprio corpo, o que isso significa? Um pecado? Um ato abominante? Ou algo natural? Essas perguntas assolam e assolaram a mente de nossa sociedade pelos últimos 2000 anos. Afinal o que representa a masturbação?
Essa pergunta encontra diferentes manifestações de acordo com a cultura em que for analisada. Por exemplo para os gregos, amantes do corpo, da beleza do corpo humano consideravam-na como algo natural, a ser incentivado como um forma do jovem conhecer a si próprio. No Egito o mito de Rá diz que o deus copulou com seu próprio punho, ou seja, uma forma de se referir à masturbação, e daí deu-se início a criação. Contudo nem todas as culturas do mundo mostram-se tão adeptas a essa prática.
Na era judaico-cristão em que vivemos ela passou a ser desencorajada e até mesmo punida, não só a religião a condenou como também a medicina, em 1677 com a descoberta do espermatozóide passou-se a considerá-lo como pequenas “crianças”, portanto desperdiçá-los com a masturbação era praticamente um crime. Durante os séculos XVII a XIX ela foi fortemente repreendida, dizia-se que causava distúrbios do estômago e da digestão, perda do apetite ou fome voraz, vômitos, náuseas, debilitação dos órgãos respiratórios, tosse, rouquidão, paralisias, enfraquecimento do órgão de procriação a ponto de causar impotência, falta de desejo sexual e ejaculações noturnas e diurnas, existia e ainda existe a crença de que a masturbação faz crescer pêlos nas mãos.
A cultura indiana também não apóia o ato da masturbação, segundo sua cultura a masturbação acarreta a perda da energia vital, uma vez que o sêmen é considerado como o elixir da vida e deve permanecer o maior tempo possível dentro do corpo. Segundo sua cultura a masturbação pode deixar a pessoa fraca e até mesmo levá-las a morte, isso se deve ao fato de as aminas básicas putrescina e cadaverina que contribuem para o gosto e cheiro do sêmen serem também produzidas na decomposição corporal pós-morte.
Esse panorama ocidental religioso-medicinal foi alterado aos poucos com o surgimento de estudiosos como  SigmundFreud, Kraft-Hebing e HavelockEllis que trouxeram uma nova visão para a masturbação. Atualmente descobriu-se que a masturbação masculina na puberdade e no início da idade adulta contribui para a prevenção do câncer de próstata e também auxilia a diminuir os sintomas da depressão.
Mas ainda mais temida e pecaminosa é a masturbação feminina. Muitas mulheres têm medo de se tocarem, devido à intensa repressão cultural que sofreram ao longo do tempo e para uma mudança na psique da sociedade ocidental judaico-cristã leva muito tempo, ainda mais com as constantes ameaças que esses instituições religiosas fazem frente a essa prática, muitos papas recentes se manifestaram fortemente contra essa prática.
A masturbação feminina é mais intensa, geralmente, que a masculina, o prazer feminino é contínuo, mesmo após o orgasmo, isto também contribuiu com a repreensão á prática da masturbação pelas mulheres, uma vez que é quase um ataque ao machismo e ao poder do “macho” da espécie. Atualmente tem se tornado mais frenquente a masturbação entre o casal antes do coito, uma vez que a mulher fica mais excitada com o orgasmo através da masturbação e também contribui com a libido masculina vê-la masturband-se.
A masturbação para muitos representa uma válvula de escape, principalmente entre os adolescentes, uma forma de aliviar a tensão. Ela também é uma forma de conhecer a si próprio, suas zonas erógenas, uma pessoa que conhece o seu corpo sabe mais o que fazer com ele, como dar e receber mais prazer. Mas o medo ainda continua imperando em nossa sociedade, mas aos poucos ele vem cedendo.
Como ainda não foi explicado acima o termo masturbação foi usado pela primeira vez em 1898, com o Dr. Havelock Ellis, é a junção das palavras latinas manus (mãos) e “eturbari”  (esfregar). A masturbação é comum entre os mamíferos, principalmente entre os primatas.
A masturbação também é conhecida como onanismo, agora o porque deste termo:
Trecho do site Wikepédia
“Segundo o relato bíblico, Er, o primogênito de Judá, teria sido executado por Deus por um motivo grave não mencionado. Como ele não tinha descendência, Judá, seu pai, mandou que Onã, o segundo filho, realizasse o casamento de cunhado (ou casamento levirato) com Tamar, viúva de Er (Gênesis 38:6-8). Assim, se tivessem um filho, a herança de primogênito lhe pertenceria como herdeiro legal de Er. Se não tivesse um herdeiro, Onã ficaria com a herança de primogênito.
Ao ter relações sexuais com Tamar, o texto bíblico diz que ele "desperdiçou o seu esperma na terra", em vez de inseminá-la. Deste modo, acredita-se que não se tratava de um acto de masturbação por parte de Onã, considerando que o relato diz que ele "teve relações com a esposa de seu irmão", apenas evitando que houvesse a concepção, de modo o que pode ter acontecido de fato seria um caso de coito interrompido. Onã, que não tinha filhos, terá sido executado por Deus por causa de sua cobiça e desobediência deliberada (Génesis 38:9-10).”
Devido ao que se percebe pelo trecho acima a masturbação passou a ser execrada tanto pelos judeus quanto pelos cristãos. Contudo neste trecho podemos ver que não é dito, nem usado o termo masturbação, é dito que Onã teve relações com Tamar, ou seja, não houve a masturbação, mas sim o coito interrompido.
Podemos perceber o quão este tema é vasto e também controverso, cada cultura, cada povo a vê de uma forma. È a identidade cultural, porém para muitos também é uma forma de prendê-los, de torná-los pecadores, vítimas de seus medos, tormentos, pressões internas e externas.
Enquanto ainda estamos formando nossa mente psico-sexual somos fortemente influenciados pelo meio em que vivemos, e essa repressão pode trazer sérios danos aos jovens. Não conhecer a si próprio, não saber como seu próprio corpo funciona, temer a si mesmo, é isso o que desejamos para nossos filhos?
A todos vocês deixo meu agradecimento por estarem aqui, em meu blog, visitando-o. E também desejo a todos, que posam conhecer a si próprios, não só fisicamente, como também espiritualmente e mentalmente.
Um grande abraço a todos
Pallas
 
Aqui estão os sites que usei como referência para escrever esta postagem:





O Poder das palavras


Grandes pensadores
As palavras possuem um grande poder, são capazes de transformar uma realidade. Elas nos modificam das mais diversas formas, nos fazem crescer, cair e também levantar. Pensando no poder da palavra reuni aqui pensamentos e ditados de grandes pensadores, com a intenção de nos fazer refletir, questionar nossa forma de pensar:
 
––O amor é como a luz: quem a não vê, nega-a; quem a não sente, não a compreende.
A.Opisso

––Quem ama sente o amor, mas não o conhece; o filósofo que se dedica ao exame desse afeto talvez mostre a sua origem, a sua tendência e o seu fim, e dê suas regras para a sua direção, mas quanto à natureza íntima do amor, vê-se na mesma ignorância que o vulgo.
Jaime Balmes

––Quem quer colher lágrimas deve semear amor.
Francis Bacon

––O amor e o desejo são as asas do espírito para a realidade de grandes feitos.
Johann W. Goeth
 
––O amor nada mais é do que a conquista de nós próprios no outro.
Friedrich Hebbel

––Como se chama o pior dos animais? Perguntou a um sábio o rei. E o sábio respondeu: dos selvagens o tirano; dos domésticos o adulador.
G. E. Lessing

––Consolamo-nos do abandono de alguém que amamos, porque podemos deixar de amá-lo. Mas nunca nos consolamos da sua morte, porque até depois da morte, continuamos a amá-lo.
Condessa Diane

––Os outros no aborrecem exceto no momento em precisamos deles.
O. W. Holmes

––Absurdo é toda opinião que contrarie a nossa.
A. G. Bierge

––O velho amigo é um excelente espelho.
Randle Cotgrave

––Não há solidão mais triste nem mais aflita que a do homem privado de amigos, sem eles, o mundo não passa de um deserto.
Francis Bacon

––Talvez encontre em ti próprio o teu pior inimigo ou o teu melhor amigo.
William Hone

––Ouve o conselho de quem muito sabe, mas sobretudo ouve o conselho de quem muito te ama.

––Nada mais comum que o nome do amigo e, no entanto, nada mais raro que o amigo.
Fedro

––Qual é a coisa que o homem mais trata e menos conhece? Ele próprio. E qual é a que sempre nos mente e sempre cremos? O nosso amor próprio.
Padre Manuel Bernades

––O anão inteligente é superior ao Hércules gigante.
Sadi.

––Ao pintarmos um tigre, podemos pintar-lhe a pele, mas não os ossos.
Provérbio Chinês

O rosto sem sulcos é como a folha de papel em que não há nada escrito.
Gottfried Wilhelm Leibniz

––A grande astúcia de alguns consiste frequentemente na estupidez dos outros.
H. Maret

––Há uma espécie de avareza honrosa: a das palavras.
José Maria Vigil.

––Quem é o avarento? Um homem que se empenha em viver pobre para morrer rico.
Pierre Azais

––Não é a beleza que ilude os homens, são os homens que se iludem.
Justus Doolittle
 



terça-feira, 27 de março de 2012

Perdido em mim, Capítulo IV

Este é o quarto capítulo do conto perdido em mim. Escrevê-lo tem sido realmente gratificante, relembrar minha aura de escritor. Aqui está o link para a primeira parte, onde vocês encontrarão todos os capítulos já publicados:
A Melodia
Agora finalmente consigo me lembrar, da neve em meu corpo, aquela sensação estranha de perder e também ganhar.
Contudo aos meus ouvidos o único som que chega é a melodia do piano, não mais o som da correnteza.
Ela me é familiar, ela é a música do meu sonho, minha música, porém há algo diferente. Esta é mais calma, ao invés de apenas dor e desespero ela canta ao amor, assim como a dor. É como ouvir o som, a música de um coração.
Eu preciso saber quem a está tocando. Estou vestido. Estas devem ser as roupas de meu salvador, pois quando ele me trouxe minhas roupas já navegavam pelo rio, como caravelas sem destino.
É estranho estar neste quarto, não sei onde estou, com quem estou, mas sinto que essa é minha casa, a casa que nunca tive. Sinto o lençol sobre mim, o travesseiro macio, tudo é estranhamente familiar.
O mais impressionante é o perfume que vem das minhas roupas, do lençol. Não sei como descrevê-lo, é como se fizesse parte de mim. É como poder sentir o melhor perfume e mesmo assim ainda ser pouco para descrever.
Levantei-me da cama, com alguma dificuldade, meu corpo se recusa a deixar um leito tão especial. Tenho que usar minhas forças para descobrir quem está tocando essa música.
Caminho descalço, seguindo meus ouvidos, seguindo os acordes, tentando encontrar a origem.
O sol se põe. Eu posso ver sua luz alaranjada entrando na casa. Criando jogos de luzes e sombras. No final do corredor avistei um grande aposento, com janelas altas, do chão ao teto, janelas de um vidro muito transparente.
Por elas pude ver o mar, cheio de diamantes criados pela luz do sol. Dentro do cômodo o sol também fazia sua mágica. Pequenas partículas de pó pairavam no ar, a luz do sol como um ourives, um artista, as decompunham, cria um mundo dourado, como um manto de ouro para a tela principal. Meu anjo.
Ele tocava recortado contra o mar, sendo que eu podia ver apenas seu contorno, ou alguns pontos onde pequenos fechos de luz incidiam diretamente nele. Era como uma tela de um grande pintor com uma moldura sem igual.
Ele tocava de olhos fechados, sentindo a música, o fluir da melodia, dos sons, de seu coração. Não havia como não se encantar com aquela visão, com aqueles sons...
Também fechei os olhos, deixei que minha mente, meu coração seguissem com ele. Fiquei ali parado, de olhos fechados por muito tempo. Até a música parar de tocar.
Abri os olhos e vi que ele olhava par o mar, para o pôr-do-sol. Não quis interromper seu momento e comecei a dar um passo para trás quando ele se virou e ficou me observando com um olhar perdido, apaixonado, como se realmente não me visse.
Assim, eu parado, encostado no portal, vestindo sua camisa, iluminado pela luz do pôr-do-sol. Para ele, eu também deveria parecer uma tela, emoldurada pelo dourado. Depois ele piscou, saiu de seu transe particular. Abriu a porta que dava para uma sacada, parou na porta e me convidou a segui-lo
Nos sentamos em um banco, ficamos observando p efeito da luz sobre as ondas do oceano. As ondas se quebrando na praia. Foi quando ele disse:
––Eu sempre venho aqui, observar. Observar como as ondas são belas, únicas, mas também terríveis, elas podem destruír qualquer coisa em seu caminho, inclusive grandes rochas, penedos, encostas, tudo com o tempo e persistência, elas são capazes de mudar o mundo.
––Sim – eu disse, também observando o vai e vem das ondas - nunca saberemos os mistérios do mar, nem mesmo nossos próprios mistérios.
––Você tem toda razão, meu amigo, se é que posso chamá-lo assim, mas é que você está há um tempo aqui, que já o considero como um.
–– Claro que sim, afinal foi você quem me salvou. Lembra-se do rio...
––Não meu amigo. Aquele dia não fui eu quem salvou você. Mas sim o contrário.
––Como...
––Há algum tempo me sento entre as árvores, durante a noite, tentando esquecer, esquecer a mim mesmo. Sempre observo as pessoas que caminham na ponte. Elas sempre vão e vem, assim como as ondas desse mar, e nem ao menos se dão conta disso. Não param para verem onde estão, apenas seguem a correnteza, os outros. Você é diferente. Eu sempre o vejo sozinho, diferente do resto você sempre para e observa os que estão ao seu redor. Observa a correnteza, mas não faz parte dela, na verdade nada contra ela. E no dia em que você estava sozinho na ponte, eu fui para lá com a intenção de me juntar a ela, a correnteza do rio. Contudo você chegou antes de mim e decidi esperar e ver o que você faria. Foi quando nitidamente vi em você, no que você ia fazer, eu mesmo. E vi que precisava salvá-lo, pois salvando você, estaria salvando a mim mesmo.

domingo, 25 de março de 2012

Aranhas, o mistério dos Mil Olhos


 
O Mistério das Teias
 
Para muitos ver uma teia significa ter um ataque súbito, ou do coração ou de atleta de corrida. Porém observar e saber um pouco mais sobre estes seres tão diferentes e também tão inteligentes nos ajuda a compreender mais sobre a natureza e nos fazer perder o medo que temos delas.
Agora vou fazer um breve resumo sobre as aranhas:
O grupo das aranhas (os artrópodes) é divido em 3 subordens: Mygalomorphae, Araneomorphae e Mesothelae. No Brasil as espécies mais importantes pertencem aos gêneros LycosaLatrodectusLoxosceles e Phoneutria, representadas pelas tarântulas ou aranhas-de-jardim, viúvas-negras, aranhas-marrons e armadeiras, respectivamente.
No mundo existem mais de 35 mil espécies de aranha no mundo, sendo os tamanhos e graus de venenos muito variados, contudo poucas podem causar sérios danos.
O tamanho das aranhas varia muito, a maior espécie é a caranguejeira, podendo chegar até 30cm de comprimento. Elas habitam os mais diversos ambientes, exceto lugares frios, elas também costumam ser encontradas no meio urbano, proporcionando uma maior incidência de acidentes. Existe apenas uma espécie de aranha aquática, a aranha-de-água - Argyroneta aquática – ela cria uma bolsa de oxigênio com sua ceda e consegue ficar debaixo d’água.
Aranha-da-água
Todas as espécies de aranhas são carnívoras e produzem veneno, indispensável para a sua caça e digestão da presa. Elas se alimentam de insetos e pequenos invertebrados, e algumas caranguejeiras da Amazônia, por serem muito grandes, caçam também pequenos roedores e pequenos pássaros.
Outra característica típica das aranhas é o dimorfismo sexual, onde a fêmea é sempre maior que o macho, devido a isso o macho muitas vezes é confundido com uma presa e é devorado logo após o acasalamento, daí vem o nome da viúva-negra.
O tempo de vida de uma aranha varia muito de espécie para espécie, podendo ser de alguns meses, há também alguns anos.
Todas as aranhas produzem seda, mas nem todas produzem teia. Muitas espécies constroem diversas formas de armadilhas para caçar, sempre envolvendo a seda e não propriamente a criação de teias.
A composição da teia sempre fascinou os cientistas, sua tenacidade, elasticidade, ela é mais fina que um fio de cabelo, mais leve que algodão e (nas mesmas dimensões) mais forte que o aço. Várias aplicações desse  novo material surgem na mente dos pesquisadores, tais como roupas e sapatos à prova  d’água,  cabos  e cordas,  cintos  de segurança e pára-quedas mais resistentes,  revestimento anti-ferrugem, párachoques  para automóveis, tendões e ligamentos artificiais, coletes à prova de balas, etc.
A aranha também é recheada de história, lendas, mitos relacionadas a este ser tão intrigante e diferente. A aranha tece a vida, ela cria novos laços, traz para si não só coisas boas como também coisas ruins, assimila as energias, protege a noite com seus muitos olhos.
Abaixo segue-se a lenda grega de como as aranhas surgiram, este texto foi retirado o site Recanto das letras:
“A LENDA DE ARACNE E ATHENA
Numa antiga região da Ásia Menor chamada de Lídia, vivia uma jovem de nome Aracne, que tinha uma extraordinária habilidade e grande reputação na arte de tecer e bordar.
As tapeçarias que desenhava eram tão belas e perfeitas que pessoas vinham de terras distantes só para contemplá-las. Devido a tanta admiração, Aracne começou a comparar-se à Athena - deusa das fiandeiras – e que seria capaz de derrotá-la na arte da tecelagem. Quando a notícia chegou ao Olimpo, Atena ficou furiosa com a petulância da mortal. Sentiu-se desafiada e resolveu aceitar a competição com Aracne, para ver quem merecia de fato ser considerada a melhor na arte de bordar. Antes, porém, a deusa disfarçou-se de uma humilde velhinha e foi ter com Aracne. Pediu-lhe que a escutasse, devido à experiência de sua idade avançada: "Busque entre os mortais toda fama que desejar, mas reconheça a posição da deusa". Aracne, entretanto, não aceitou os conselhos da deusa, e, mais uma vez, a desafiou, dizendo: "Por que motivo sua deusa está evitando competir comigo"? Nesse momento, Atena tirou o disfarce e todos, ao redor, ficaram surpresos, exceto Aracne, que permaneceu impassível. As duas, então, deram início à competição.
 Ambas trabalharam com rapidez e habilidade. Athena representou sobre a tapeçaria os doze deuses do Olimpo em toda a sua majestade e para aviso da sua rival acrescentou nos quatro cantos a representação de quatro episódios mostrando a derrota dos mortais que tinham ousado desafiar os deuses. Aracne ousou ilustrar sobre o seu trabalho as conquistas amorosas de Zeus. Sob a forma de touro, arrebatando Europa; sob a forma de águia, abordando Astéria; sob a forma de cisne, conquistando Leda; sob a forma de sátiro, fazendo amor com Antíope; Zeus fazendo-se passar por Anfitríon para seduzir Alcmene, mãe de Heraclés (Hércules); Zeus, o pastor que fez amor com Mnemosine, mulher-titã; e, ainda, Zeus conquistando Egina, Deméter e Danae, disfarçado de chama, serpente e chuva de ouro, respectivamente. Isso deixou Athena tão enraivecida que rasgou em pedaços o trabalho e golpeou, com o bastão de tecer, a cabeça Aracne. Ultrajada e desesperada, Aracne enforca-se.
Athena, ao ver o que sua cólera havia provocado, compadeceu-se de Aracne e transformou a corda que ela usara para enforcar-se numa teia. Em seguida, derramou sobre Aracne fluidos retirados das ervas da deusa Hecate e transformou-a em uma aranha. Dessa forma, Aracne foi salva da morte, embora condenada a ficar dependurada em sua teia a fiar e a tecer para sempre. ”
Espero que tenham apreciado e aprendido um pouco mais sobre estes seres tão misteriosos e inteligentes que são as aranhas. Agora deixo com vocês algumas belíssimas fotos de teias e também de aranhas:
 

 Cobalt Blue (Haplopelma lividum), do ramo das tarântulas
 
Cobalt Blue, como diz o nome sua coloração azul metálica impressiona até os mais céticos. Infelizmente pela sua agressividade é uma espécie somente recomendada para pessoas que já possuem profunda experiência no assunto em criatório deste animal. Sua origem é asiática, podendo chegar ao tamanho de 13 cm, também gosta de muita umidade. 

Aranhas caranguejo-das-flores (Misumena vatia)
 
Aranha caranguejo, essa aranha tem a camuflagem mais eficiente de sua espécie. Você precisa olhar bem de perto para ver que esse pedregulho (ou esse caranguejo feioso) é, na verdade, uma aranha. Alguns chegam a confundi-la com fezes de pássaro já que, quando ela senta no meio de sua teia branca, normalmente em folhas, ela parece com a tradicional mancha branca com um pontinho preto no meio. A camuflagem serve dois propósitos: primeiro, ela protege a aranha dos seus predadores, que pensam que ela é uma caca de passarinho. Segundo, ela atrai o alimento da aranha, que são pequenos insetos que adoram ficar circulando a caca de passarinho.
 

Indian Ornamental
 
Apesar de ter um nome simpático é uma espécie muito venenosa, muito agressiva e uma das mais rápidas da natureza. Provavelmente é a tarântula mais perigosa distribuída entre os criadores, e uma picada da Indian Ornamental implicará, seguramente, em internação hospitalar, pois seu veneno é ativo no homem. Sua criação somente deve ser feita por profissionais qualificados

Caranguejeira Mexican Red Knee
 
A caranguejeira Mexican Red Knee, é a mais usada como animal de estimação em todo o mundo. Sua beleza inigualável junto a pouca agressividade, leva esta espécie entre todas as tarântulas, a ser a campeã entre todas as tarântulas comercializadas. É originária do México, aonde se adaptou a substituição de seu habitat natural pelas plantações de banana daquela região. São também muito utilizadas como atrizes coadjuvantes em grandes cenas filmes de terror. Esta espécie foram tão capturadas na natureza, que acabaram por receber a classificação de ameaçada de extinção. Felizmente sua reprodução em cativeiro é abundante e hoje esta espécie esta fora desta classificação.  
 
Segue-se abaixo os sites em que pesquisei para escrever este texto:

quinta-feira, 22 de março de 2012

Coração do Papel


 
Não sei por que escrevo
Não sei o porquê das palavras fluírem
O porquê uma folha branca não me assusta
O porquê de minha mente vagar por terras tão distantes
Porque vejo as folhas caírem
Os céus chorarem
As ondas na costa
Ou mesmo o porquê ouço tantas vozes
Vozes que me sussurram segredos
Histórias...
Medo...
Amor...
Talvez a resposta esteja comigo
Esteja no fato de meu único amigo
Ser o papel que escrevo
Onde meus sentimentos são transcritos
Onde meus segredos se moldam em palavras
O papel se fere com as marcas de minha escrita
E mesmo com seu sofrimento ele é capaz de me fazer sorrir
Ao me mostrar minha alma
Ao traduzir meu ser
---------------------
São tantas pessoas sonhadas
Tantos sonhos perdidos,
Realizados
Não sei ao certo de onde ela vem
Qual sua origem
Mas meu coração se alegra ao ouvir seus nomes
Nomes tão reais quanto uma folha ao vento
Filhos de minha mente
Uma mente suplicante
Uma mente que implora pelo chamado do papel
Para a entrega ao amor da escrita
Aos braços da história
E as lágrimas do final

quarta-feira, 21 de março de 2012

DNA Canibal?


Somos canibais por essência? 
 

A

lguma vez você já se imaginou comendo carne humana? Essa idéia parece asquerosa para você? Você acha que não seria capaz disso? Será mesmo? Pois evidências em nosso DNA apontam para o inverso.
Um dos maiores pesadelos desde que somos crianças é sermos devorados pelos canibais, seres “selvagens e brutais” que comem a carne dos homens, preparam nossos ossos, tecidos, órgãos como se prepara qualquer outra carne, como um frango, um porco, uma vaca. Esse pesadelo mesmo depois de adulto nos persegue, contudo parece que nem sempre foi assim.
Como falamos em outra postagem, a cultura do ser humano vem sendo moldada, mesclada, e alguns pontos foram assimilados e outros excluídos e podemos dizer que ao longo do tempo viemos excluindo de nossa dieta o homo sapiens, ou seja, o ser humano. Essa afirmação pode parecer chocante, mas segundo as recentes descobertas no código de DNA, não o é, realmente comíamos nossos semelhantes.
Para muitos a hipótese de canibalismo apenas seria aceita em casos extremos, como em
 um acidente. Há algum tempo li um livro sobre este tema,o livro que também foi baseado em fatos reais. Na história os navegantes se perdem em uma forte tempestade, se chocam contra penedos e ficam presos neles, longe de qualquer alimento, seja ele vegetal ou animal, uma vez que são rochas protuberantes no mar e de dificílimo acesso, devido à alta probabilidade dos navios afundarem, como aconteceu com eles.
Cronos, Deus do Tempo, devorador de tudo, inclusive de seus filhos
Como não havia o que comer, com exceção de escassas ostras, os 23 tripulantes começaram a morrer pela fome assim como pelo frio. E um dos personagens sugere que comam os mortos, é carne, diz ele, e eles agora não precisam mais de seus corpos. Para nós imaginar isso é praticamente impossível, mas na situação em que se encontram é a sobrevivência, ou comem, ou também morrem. Morrer lentamente por inanição ou sobreviver? Essa pergunta apenas podemos responder estando nestes casos extremos.
Mas aí surge a pergunta capciosa, certo em casos extremos tudo bem, mas e nos outros casos, em que não estão passando fome e mesmo assim devoram as pessoas? Nossa cultura criou tal medo dos “canibais” que os imaginam como seres sem alma, sem rosto, que apenas vivem da carne humana, que são caçadores dos humanos. Na verdade não é assim que as coisas funcionam.
Canibalismo entre os Neandertais
Segundo os antropólogos o canibalismo se divide em dois grupos o exocanibalismo, que significa comer carne humana fora do grupo a que se pertence, geralmente em extremos de agressividade, como devorar os prisioneiros de guerra, para poder assimilar o guerreiro e também para mostrar o domínio do vencedor sobre o outro. E o segundo tipo de canibalismo é o endocanibalismo, que significa comer a carne de membros do mesmo grupo, para honrar seus parentes, assimilá-los nos vivos. E claro, além desses dois há o canibalismo extremo abordado anteriormente como forma de sobrevivência.
Este tema é amplamente estudado por cientista e antropólogos e verificou-se que ele é mais comum do que se imagina. Uma descoberta que abalou o mundo foi à descoberta de uma possível assinatura canibal em nosso DNA.
O gene que os cientistas investigaram contém as instruções para a produção de uma proteína conhecida como príon, que, em condições normais, é crucial para formar as conexões entre as células do cérebro. Acontece que o príon também pode ser fatal. Quando sofre uma pequena alteração de formato, ele pára de funcionar e ainda por cima começa a infectar outras moléculas semelhantes: príons do cérebro todo passam a ter o formato modificado.
Com a mudança, enzimas que normalmente os destruiriam deixam de fazer efeito. Os príons se acumulam no cérebro e começam a matar neurônios. O cérebro se enche de buracos, a vítima perde todo o juízo e morre de forma terrível. É a doença de Creutzfeldt-Jackob, cuja versão em bovinos é conhecida como mal da vaca louca.
Por sorte, o problema aparece por ano em apenas um em cada milhão de indivíduos. Mas esse número pode aumentar. Se o cérebro de um doente for comido por alguém saudável, o príon maligno pode infectá-lo também. Ou seja, um marca confiável de canibalismo numa população são índices excessivamente altos de Creutzfeldt-Jackob.
Por exemplo, entre os forés, uma tribo das montanhas da Nova Guiné, a doença (chamada por eles de kuru) estava fora do controle nos anos 50: matava 1% da população por ano e chegou a deixar alguns vilarejos quase sem mulheres jovens, as mais afetadas pela doença. Como se descobriu mais tarde, a epidemia era causada pelo costume de comer os próprios mortos em cerimônias funerárias, nas quais as mulheres e crianças ficavam com o cérebro – tornando-as alvos fáceis para o príon maligno.
Tendemos a ver os canibais desta forma
Os homens comiam os músculos e até as fezes que ainda tinham sobrado no intestino grosso do falecido. “A preocupação espiritual que eles mostravam pelo corpo do parente morto e o desejo de incorporá-lo ao dos vivos são similares à crença cristão na transformação do pão e do vinho no corpo de Cristo” diz o médico australiano Michael Alpers, da Universidade Curtin de Tecnologia, um dos cientistas que descobriu a forma de transmissão do Kuru (e basta observarmos nossa cultura ocidental de fora que veremos como somos canibais, pois todas as vezes que você vai a uma missa e o padre diz que aquele pão e aquele vinho são o corpo e o sangue de Cristo e você realmente acredita nisso, você está agindo como um canibal ao comer carne humana). A mortandade só parou nos 50, quando o governo proibiu a prática.
Alpers e seus colegas ingleses verificaram os forés com duas versões diferentes do gene do príon, uma vinda da mãe, tinha uma chance muito maior de sobreviver. De 30 mulheres com mais de 50 anos que haviam participado das cerimônias antropofágicas, nada menos que 23 – cerca de 77% - tinham esses genes “híbridos”. Os índices altos são uma prova da evolução operando – como o gene ajudava as mulheres a sobreviver depois da cerimônia, ele se tornou cada vez mais comum ao longo das gerações.
Mas a surpresa veio quando os pesquisadores testaram a freqüência desses genes em outros povos do planeta. Nada menos que 48% dos turcos, 41% dos colombianos e 38% dos franceses eram como a maioria dos forés. A porcentagem alta nessas populações que - ao que se saiba – nunca foram antropófagos, é índice seguro de que, no passado ela cometiam o endocanibalismo, como forma de lidar com os mortos.
Geneticistas calculam que isso foi incorporado no DNA há uns 500 mil anos, mais ou menos a idade de muitos esqueletos canibalizados encontrados na Europa.
 
Desta forma vemos que o nosso tão temido pesadelo nem sempre foi considerado e visto como um, mas sim como parte da cultura, como uma manifestação cultural da sociedade, uma forma de respeito com os mortos.  Ainda temos muito o que aprender com nosso passado, e muitas vezes ele está escrito em nós mesmos, literalmente falando, como podemos perceber através de nossos genes.
Um grande a abraço a todos
Até a próxima postagem
Pallas


terça-feira, 20 de março de 2012

A cultura do mundo


 
Quem somos nós no tempo dos humanos?
Vivemos em um mundo que já não sabe mais seus próprios caminhos. Ao longo do tempo nossa sociedade ocidental forjou um novo mundo, mas ela não forjou apenas um novo mundo, mas também uma nova cultura.
Quando se reúne inúmeros ingredientes para formar algo novo, tanto pode gerar algo muito bom, quanto também uma catástrofe, ou algo que não podemos controlar, é como vemos em filmes, quando o cientista cria um ser e depois se arrepende e quer destruí-lo, mas esse ser também tem uma vida, também passa a ter sentimentos, pois quer queiramos ou não, não somos os únicos seres com sentimentos. Então acabamos por destruir aquilo que criamos, e aos poucos estamos destruindo nossa cultura para criar uma nova, e essas mudanças não são simples, não vêem ser consequências.
Vamos agora a um exemplo, na antiga Grécia o corpo humano era cultuado e tido como sagrado. Os gregos adoravam seus corpos, como a representação do divino na terra, por isso vemos em suas estátuas uma perfeição no corpo humano que nada se iguala na arte do resto do mundo, tamanha a preocupação dos artistas em retratarem o corpo divino na terra, suas nuances, cada parte deste delicado presente divino.
Mas essa forma de ver o humano não é a vigente em todo mundo. Muitas culturas não vêem o corpo como sagrado, e sim como fonte de pecado, que é necessário livrar-se dos pecados, da sujeira da matéria e apegar-se ao espiritual, esquecer do corpo em favor da alma. São culturas diferentes, cada uma com seu tempo, sua história. Contudo elas não ficaram separadas. Elas foram unidas, coladas ao longo do tempo.
Representação de Baco e suas seguidoras
Quando um grande império pretende criar fortes raízes com os povos conquistados eles precisam inserir sua cultura aos poucos, sem pancadas bruscas, pois sabem que elas não resultarão em nada, que o novo povo não será realmente fiel a eles. Dessa formas os costumes são mesclados aos costumes da própria terra, de modo a soarem naturais, uma transição sem grandes rompimentos com o passado. Afinal quando nascemos em uma cultura, em um povo em que ela vigora há séculos ela está entranhada não só em você, mas em cada pessoa, manifestação da sociedade, e impor uma nova traz revolta, mortes, uma ligação fraca com o império.
Agora os vários impérios que surgiram em nossa história mundial sempre fizeram o mesmo, impuseram sua própria forma de ver o mundo sobre a dos outros, criando uma outra, uma nova forma. A Terra é nossa casa, é como se ela fosse divida em quartos e cada continente é um quarto, e em cada quarto existem povos, línguas, costumes, totalmente diferentes, o que os uni é ainda morar na mesma casa e poderem se comunicar através dos corredores, das portas, mas esse contato não é fácil e, muitas vezes, também não é amigável.
Agora cada um dos quartos quer adentrar ao outro levando consigo seus próprios costumes, sendo que o outro quarto já tem os seus, então o conquistador encontra um meio, uma ponte que os ligue, que faça com que seja fácil o domínio, não só da força através de um exército, mas sim também da mente dessas pessoas, que é o mais difícil. E o que resultará disso? Desse encontro?
Estátua de Perseu
Citamos acima o caso do corpo, podemos ver o exemplo disso nos dias de hoje, quando falamos em corpo humano vem diversas abordagens que não possuem uma raiz própria, uma raiz cultural forte, é como se houvesse inúmeros pedaços e aos poucos alguns são unidos, formando alguma coisa que não é totalmente inteira, tem pedaços das duas partes, uma vez que não sabemos ao certo o que pertence ao que.
Então para muitos o corpo é fonte de pecado, mas também de prazer, então sentem o prazer do corpo, que naquele momento é algo divino, mas depois o vêem como pecado, como fonte de malícia, talvez até de nojo. Então o que vemos? Uma cultura bem estruturada ou fraturada justamente por sua insistência de juntar valores tão diferentes sem saber ao certo à função de cada um? Como podemos saber o que fazer se nas instruções está escrito para gritar e também está escrito para não falar? O que fazer? Os dois? Nenhum? Qual o certo? Há realmente algo certo a se fazer nesse caso?
Aí nesse mesmo exemplo entra algo muito conflitante que vemos em nossa cultura, a nudez. Para muitos representa apenas sexo, “sacanagem”, não é mais algo natural ver alguém nu, é quase como se vermos o corpo fosse ver o “diabo” como dizem. E ao mesmo tempo a nudez é cada vez mais explorada, com a função sexual, não como o corpo em si,  não como os gregos viam nosso corpo, e sim uma visão que fica no meio do caminho, o corpo não é sagrado, mas também é fonte de prazer então deve ser mostrado com essa função, não como arte, como expressão do belo humano. Pensem se realmente não pudéssemos ver a nudez, não nasceríamos assim.
É como se criássemos um monstro e não sabemos lidar com ele. Contudo não é um monstro, é um ser, um ser que ajudamos a construir e aos poucos o abandonamos, abandonamos nossa cultura, nossos valores, por misturas que não sabemos lidar. Permanecer parado no tempo não é a solução, não evoluir, não se adaptar as mudanças, e será que a saída é agir por impulso e se arrepender depois por falta de pensar antes de agir?
Talvez acima eu não tenha me expressado bem, pois o meu desejo é ajudar, a nos fazer ver que vivemos em um mundo quebrado e reconstruído, um bela arte pode e está surgindo dos cacos, mas ainda sim podemos ver os fragmentos, os milhares de pontos, de valores, culturas, sentimentos que forma a sociedade em que vivemos. Isso não a torna melhor, ou pior, mas sim nova.
Perdemos sim muito do passado, e também ganhamos um novo mundo, uma nova obra que ainda estamos moldando. Apenas temos que ter muito cuidado para que esta nova obra construída por tantas mãos diferentes não acabe por destruir o que outros já fizeram.
Nossos antepassados deixaram conosco a missão de moldar o mundo de hoje que está se desfigurando aos poucos. Iremos mesmos deixá-lo se desfigurar totalmente sem nada fazer para ajudar?

 

Espero que possa tê-los ajudado a refletir um pouco. Um grande abraço a todos.
Pallas


segunda-feira, 19 de março de 2012

Perdido em mim, Capítulo III


Este é o terceiro capítulo do conto Perdido em Mim, o primeiro capítulo se encontra aqui, através dele você pode ver todos os capítulos já publicados desse conto. Espero que gostem, este conto é especialmente importante para mim, então vamos a história:

 
Liberdade do Eu
Posso ver ao longe alguém caminhando, sozinho em uma longa estrada que serpenteia por uma densa floresta. Corro atrás dessa figura, ela me é familiar, a distância é o maior empecilho, talvez se eu conseguisse me aproximar mais, eu possa saber quem é a figura.
Uma chuva fina começa a descer dos céus, através de cada uma dessas gotas posso ver antigos rostos, antigas memórias, lembranças de outros tempos. O toque das gotas na estrada produz uma melodia delicada, melodia que também já ouvi. Em um dia cinza, sentado em frente ao piano, olhando pela janela, vendo a água escorrendo pela janela.
Acompanhando o ritmo deixei que minhas mãos traduzissem em sons meus sentimentos. Agora estou ouvindo a mesma música, vinda não de minhas mãos, mas sim das próprias gotas.
Continuei correndo para tentar ao menos ver quem é aquela pessoa. Ao longe posso ver que ela parou de caminhar, lentamente está se virando para mim. Não sei ao certo de onde o medo surgiu ou mesma a dor, apenas sei que não suportei olhar naqueles olhos.
Antes que eu pudesse ver seu rosto desviei o olhar. Passei a ver apenas o escuro da floresta, algo como uma garganta que a tudo devora.  Sem realmente ver coisa alguma, fugindo do que eu encontraria caso olhasse novamente para a figura.
Daquelas sombras sem nome algo surgia. Com muita calma as sombras tremeluziam, como se no meio delas houvesse uma chama invisível, elas dançavam nas chamas inexistentes. Conforme dançavam, o contorno de uma pessoa surgia.
Essa forma caminhou para mim. Parou a poucos passos. Ainda não sabia quem era, e seu toque lembra o meu próprio toque, com o acréscimo de uma dor sem limites, uma dor que se alimenta dessa pessoa, a consome por dentro, sem que ela nada possa fazer.
Tocou sua testa em mim, com seus olhos fechados, sem que eu a pudesse reconhecer, mesmo estando a centímetros de mim. Pousou seus lábios nos meus, como se emitisse seu último sopro de vida, para que eu vivesse por ela, antes que aquela dor a matasse.
Antes dela ir-se totalmente, como eu sentia que iria, ela abriu os olhos, finalmente pude saber quem era essa pessoa. Eram meus olhos.
Meus olhos, escuros como a noite, tendo como soberana apenas a escuridão. Foi então que acordei. Tudo não passou de um sonho. Não sei ao certo onde estou ou o porquê estou aqui. Essa casa eu não conheço... A única coisa que me é familiar é a música que ecoa pela casa, a música do meu sonho.
Será que ainda estou sonhando? Me belisco e sinto a dor, e como dizem, nos sonhos não sentimos a dor, embora eu duvide dessa afirmação após meu último sonho, como era possível que aquela pessoa não estivesse sofrendo? Que eu não estivesse sofrendo?
De qualquer forma agora parece mesmo que estou acordado. A melodia é mais real, não é apenas um eco ou uma lembrança.
Agora consigo me lembrar, do rio, da sensação de liberdade, dos sonhos perdidos. Agora sei quem era aquela pessoa do sonho, era eu. O Eu que sentia tanta dor a ponto de não mais suportar e querer se libertar dela.
Naquela noite, aquele eu se perdeu no rio, aquele eu realmente ganhou a liberdade e agora faz parte da correnteza. Mas deixou comigo seu último sopro de vida. Deixou sua vida nas asas de meu anjo.

 

sexta-feira, 16 de março de 2012

Chamas


 
Chamas
Há em mim uma grande chama
Há tanto tempo ela dorme
Que esqueci o que era sentir seu calor
Seu toque cálido
O que significa essas cores?
Onde está o cinza?
O negro da fuligem?
Será mesmo que tudo se foi?
Que ficou no passado estes escombros?
As cinzas de meu coração
Queimadas por uma chama insaciável
Inconstante
Tão poderosa
Que arrancou de mim tudo o que eu tinha
Tragou para si
Tragou todos os meus sonhos
Todos os meus sentimentos
Enquanto eu assistia impotente
Assistia as folhas com a tinta de meu coração serem laceradas
Laceradas por aquelas chamas impiedosas
Famintas
Famintas de algo que nem mesmo eu sabia existir
Contudo cada uma das páginas deixava de existir
E a cada palavra queimada eu via o significado
O Significado de sua existência
Como meus sentimentos estiveram trancados por tanto tempo
Sentimentos que eu nunca imaginava que poderiam arder em mim
Agora todos ardiam nestas chamas
Consumiam-se em mim mesmo
Consumiam-se me levando a tempos perdidos
Onde eu já não era quem sou hoje
Onde apenas existiam sorrisos
Felicidade
Substituídos, não sei ao certo como, ou quando, por lágrimas
Dor
O dourado, as cores deixaram de existir
Deram lugar ao cinza
As chuvas sem fim
Sem permitir que o sol desse seu sorriso caloroso
E do meio da tempestade surgiram às chamas
Talvez após tanto tempo os raios finalmente caíram
A chuva afiada
Destruidora e calma
Cedeu seu lugar
Cedeu seu lugar a uma raivosa e violenta noite
Onde tudo se misturou
Onde os céus foram manchados pelos raios
Como árvores celestes de muitos galhos brilhantes
Pontuados pela dor dos céus ribombando em trovões assustadores
E no meio dessa luta um deles caiu na Terra
Inflamou o solo
Criou labaredas que se alastraram indefinidamente
Elas agora queimam o passado
Levam embora a dor
Tragam para si
Quem eu era
Talvez assim como as fênix
Eu também possa renascer das cinzas
Talvez...
Mais ainda que eu queime
Que elas me levem a outros mundos em pequenas partes
Ficarei feliz
Ficarei feliz com a liberdade dessa dor sem fim
Tudo um dia acaba
Mesmo a dor
Mesmo a felicidade
Mas ainda assim podemos renascer
Pois a morte
Não é um fim
Mas sim um começo
 

Momentos de casal

A Beleza do Amor
 
Existem muitas sensações que apenas quando se está apaixonado nos podemos descobrir, são sensações tão diferentes, únicas que nem mesmo podemos dar um nome certo a elas. Elas surgem em instantes e os tornam únicos, eles nunca saem de nossa memória, ficam ecoando, como se estivéssemos em uma grande galeria e gritássemos nossa felicidade e ela reverberasse, sempre voltando para nós.
Alguma vez você já sentiu isso? Essa sensação tão diferente, única, que nossas palavras são poucas para descrever? E como dizem, as palavras em alguns momentos apenas os destroem, mas um gesto, um toque, transforma tudo.
É quando você está desesperado, não sabe o que fazer, está totalmente perdido, sem rumo, e a pessoa que você mais ama, confia, se aproxima de você, te abraça, põe sua cabeça em seu colo, faz carinho em seu cabelo e diz para você que tudo vai ficar bem, pois vocês estão juntos, vocês podem enfrentar juntos o que vier. 
Não há nada como o beijo, o cheiro, o toque, sentir os braços de quem se ama em volta de si quando você mais precisa deles. Tudo isso é o que chamamos de amor, e que apenas o entendemos realmente quando o sentimos.
 
E como já dissemos uma imagem vale mais que mil palavras, reuni algumas fotos de casais em momentos que apenas os casais podem desfrutar, aquele sorriso fora de hora, aquele abraço apertado, deitar na grama e ficar olhando as estrelas, as nuvens, ser apenas vocês. Uma magia diferente das outras, a mais poderosas de todas. A magia de um sentimento misterioso, caloroso, assustador e também carinhoso, protetor, o Amor.
Deixo com vocês essas fotografias tão lindas de casais naqueles momentos tão belos. Desejo há todos vocês muito amor, carinho e muitos momentos como os fotografados abaixo.
De seu grande Amigo
Pallas
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

 

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