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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

História dos origamis


Um pouco da história
Quando falamos no oriente nos vem à imagem de uma cultura fechada, de um povo rígido e delicado. Também nos vem à imagem de uma das mais importantes descobertas, que graças a ela temos o que temos hoje, o papel.
“No ano 105 A.C. T’Sai Lun, administrador no palácio do imperador chinês, começou a misturar cascas de árvores, panos e redes de pesca para substituir a sofisticada seda que se utilizava para escrever. O império chinês manteve segredo sobre as técnicas de fabricação do papel durante séculos.”
Foi graças a essa invenção que podemos escrever hoje em dia, que temos cadernos, livros. E também foi com ela que surgiu outra criação oriental que tanto nos fascina, o origami. Com o surgimento do papel, um material mais fácil de ser produzido e também barato, começou-se a sua difusão pelo império chinês, durante séculos o segredo permaneceu na China, mas no século VI, monges budistas trouxeram o segredo da fabricação do papel para o Japão.
 
 A palavra japonesa origami deriva-se de ori, que seria o desenho de uma mão significando dobrar e kami derivando do desenho da seda que significa papel. A palavra kami também significa deus espírito. E, de certo forma pode-se ser considerado o espírito desta nação esta arte.
No início, quando Estado e religião eram fundidos, Seisei itchi, os origamis eram incorporados as cermonias religiosas. Nos primórdios era uma mistura de kirigami, que é arte de formar figuras através de recortes de papéis. Os sacerdotes xintoísta manufaturavam os materiais especialmente para a confecção dos origamis produzidos para as cerimônias.

 

Recortava-se os papeis manufaturados em quadrados ou retângulos em forma de raio, depois dobrando-se em formato de tempo, e ou de nusa ou shide, objetos utilizando durante as cerimônias religiosas. E também usava-se bonecos de papais no festival Hinamatsuri (festival das bonecas).
      "Os katashiro são, ainda hoje, colocados nos templos xintoístas no lugar da divindade, tomando a sua forma. O mais antigo katashiro de origami se encontra no Ise Jingu, província de Mie, portanto se diz que a história do origami é tão antiga quanto a história do Japão."(Kanegae,1988)
Depois com o tempo ele migrou das salas dos templos para os samurais, no século XVII, que os difundiu. E ao contrário  da visão infantilizada que se tem hoje em dia da confecção dos origamis, no princípio era considerado um passatempo esclusivo da nobre e dos adultos. Principalmente devido ao alto custo do papel e sua fabricação.

No fim do período Edo (1603 -1867), a prática se estendeu as mulheres e as crianças, também com a maior facilidade de produção e o custo menor do papel. Até o final deste período já haviam sido registradas mais de 70 formas diferentes de dobraduras.
Um origami muito utilizado nos dias de hoje é o noshi, que um ornamento colocado sobre o embrulho de um presente, significando que a pessoa te deseja muita fortuna. Os japoneses diziam que os presentes deveriam ser embrulhados apenas em branco, mas como não é possível, utilizam o nochi  que deve ser branco. O branco para o Japão é algo sagrado.
Outro origami muito difundido é o tsuru (garça) símbolo de longevidade e felicidade. Uma história tocante e envolvente sobre os tsuru é a da menina Sadako Sassaki. Ela era uma das vítimas da bomba de  Hiroshima em 1945. Ela tinha dois anos na época, e devido aos efeitos da radiação a menina, aos 12 anos desenvolveu leucemia.
Quando Sadako estava no hospital um amigo lhe contou a lenda do tsuru, que se você dobrar mil tsurus pode fazer um pedido e ele será atendido, pois o tsuru é uma ave sagrada e pode viver mil anos.  Então ela começou a fazer os tsurus e a cada um ela fazia o pedido para sua cura, porém quando sua doença começou a se agravar ela passou a pedir pela paz mundial.
Sadako conseguiu dobrar 964 tsurus antes que fosse levada pelos braços da morte. Para seu enterro seus amigos terminaram de dobrar os tsurus que faltavam. Eles pediram por todas as crianças que também estavam morrendo em conseqüência da bomba atômica.
Formaram um clube para pedir dinheiro para erigir um monumento. Estudantes de mais de 3000 escolas no Japão e de nove outros países contribuíram, e, em maio de 1958, O monumento da paz das Crianças foi inaugurado, em Hiroshima. Todos os anos, no dia da Paz, 06 de agosto, pessoas do mundo inteiro enviam tsuru de papel para o parque. E ficamos com a mensagem escrita na base do monumento:
 
“ESTE É NOSSO GRITO, ESTÁ É NOSSA ORAÇÃO:
PAZ NO MUNDO
SADAKO, ONDE VOCÊ ESTIVER, SAIBA QUE SUA MENSAGEM ESTÁ SENDO CONHECIDA NO MUNDO TODO, E ESPERAMOS QUE TAMBÉM SEJA CUMPRIDA”

Agora após sabermos um pouquinho mais sobre a história desta arte, passo alguns site para você que queira saber mais, onde obtive minhas referencias:

E também em meu site, para saber mais sobre a lenda do tsuru que é linda e tocante:

E para terminar aqui estão selecionadas fotos de belíssimos origamis, fique á vontade:





























Asas sonhadas


Asas Sonhadas

É tão frio aqui
Em meu coração.
Que decidi escalar esta montanha
E esperar...
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Agora estou observando
O vôo dos pássaros.
Como gostaria de voar
De poder simplesmente abrir minhas asas
Alçar vôo
E subir
Mais...
E mais...
Voar entre as nuvens
Sentindo a liberdade em cada músculo
Fechar os olhos
E não mais ser
Quem sou.
Deixar que as correntes de ar levarem-me
Este pequeno grão de areia
Para qualquer lugar.
 
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Porém, não sou um pássaro
Sou um ser sem asas
Preso ao chão

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As folhas caem
Um espetáculo tão belo...
Deito-me numa cama
De ouro e bronze
Vivos
Como a árvore que os gerou
Fecho meus olhos
E não vejo mais nada

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Não sei quanto tempo se passou
As estações fluíram
Como o rio
Ininterruptas
Meu leito deixou de ser cobre e ouro
Para ser um veludo branco e envolvente
Seguiu mudando
Para uma maciez engendrada pelos mais diversos aromas
Os aromas se foram...
Deixaram a terra com o calor pulsante
Da alma...

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E ao abrir, novamente meus olhos
O cobre e o ouro reinam soberanos
Passou-se tantas estações
Que meu corpo também mudou
Meus cabelos cresceram de tal forma
Que agora enraizaram-se
Em busca da essência que me falta
Raízes se entrelaçam por mim
Me prendem

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Próxima ao meu rosto
Está uma linda flor
Crescera durante meu sono.
Possuía um único botão
Via-se que toda a energia fora empenhada
Em produzir essa flor

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Lentamente o botão se abre
Desvelando formas
Tão magníficas e belas
Ofuscantes a minha alma
Tão perdida em trevas

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O que seria desta flor
Se ela nunca se abrisse?
Perder-se-ia?
Nunca revelar-se-ia ao mundo?
Será que fui como ela?
Consegui florescer...
Ou acabei perecendo
Sem nunca encontrar
Quem realmente sou?
Há uma razão para tudo isso?

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É como se minhas raízes
Houvessem encontrado
Não o líquido capaz de me dar vida
Mas sim um veneno letal

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Ele se espalha lentamente
Sinto o desfalecimento de meu corpo
Sem nada poder fazer
E a única flor
Formada por meu ser
Para algum dia desabrochar
Fenece
Ela nunca irá desabrochar
Foi-se no tempo...
Tudo desmorona

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O veneno levou consigo
Minha essência vital

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Contudo,
De alguma forma
Antes de minha consciência descer para os abismos sem fim
Uma forma se aproxima
Ela era feita da própria natureza
As folhas formavam seu corpo
Em constante flutuação

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“Cuido de minhas filhas
Elas não podem fenecer
Antes de desabrocharem
É por isso que vêem até este bosque
Para seu último desabrochar
Esta linda flor que vês
É o teu amor
Que desististe de encontrar
Em teu sono, ele, assim como você, veio até mim
Deitaste ao teu lado,
Esperando que um dia pudesse despertar e encontrar em teus olhos
O sol
Que o faria ser a mais bela flor deste bosque.
Porém, nunca acordaste.
E ele também dormiu,
Esperando poder chegar até você em seus sonhos.
Mas tuas raízes encontraram um veneno incurável
Que nada posso fazer.
Teu amor desabrochou assim que o olhaste
Sem o esplendor divino, porque ele está tão longe.
Mas floresceu, porque as flores desabrocham quando o sol da primavera espanta o manto gélido que as impede de abrir seus botões.
Tu, meu filho, não possuis mais este sol.
Sei que a dor se espalha por cada membro teu,
Mil adagas envenenadas te perfuram para te levar para as sombras.
Posso diminuir tua dor.”
Com um gesto
Percorreu todo meu corpo
E minha dor abrandou
O meu tempo...
A minha ampulheta...
Deixaram de escoar

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“Meu filho, tu és agora uma mera pétala, da inigualável flor que seria.”
E ao soprar da brisa
Com o canto
Das fênixs divinas
Soprou a pétala para
O céu...
Para que
Ao menos uma vez
Ele soubesse o que era
Voar







terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A música

The music 

A música está em cada um de nós. E em todo lugar. Ecoando dos mais sombrios aos mais belos recantos do mundo.
É por este motivo que hoje trago algumas seleções de vídeos com o tema música. ara o conhecimento de muitos que ainda não tiveram a oportunidade, ou o contanto, com o doce fluir destas melodias.
Espero poder contribuir um pouco com vós. 


Vivaldi - Four Seasons (Winter)


Tchaikovsky, Lago dos Cisnes

Música Tradicional Chinesa

Era, The Mass 

Era, Ameno

Celtic Woman, You Raise Me Up

Amethystium, Isabliss

Loreena McKennitt - La Serenissima

Now we are free

Enya - May It Be

Esta foi uma seleção de dez belíssimas músicas. Em breve, seguindo o tema das músicas e seus estilos, o toque da alma, trarei mais músicas. Até breve...



O acorde da vida


O acorde da vida
Um acorde ecoa longínquo em nossa mente
E com ele soa uma memória
Que não nos lembramos,
Mas que ainda assim permanece conosco.
Nunca percebemos o quão nos desligamos dos sons da natureza.
Do som da água
Dançando...
Em sua plenitude
Num plácido lago,
Espelho de nossa triste alma vazia.
O som do vento,
Da brisa...
Levando nossos sonhos aos céus,
Ao infinito,
nos lembrando...
de que nunca perdemos quem somos,
porque espalhamos ao vento,
por toda nossa vida
parte de nós.
E nas asas da brisa
eles retornam,
quando menos esperamos
por sua vinda,
quando imaginamos
que os perdemos
por toda a eternidade,
mergulhados no universo.
O som do cantar dos pássaros.
A voz do universo
que canta
em sinfonia sem fim,
no espetáculo da vida.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Medo

,
Sociedade dos poetas mortos

Um filme de 1989, com direção de Peter Meir e roteiro por Tom Schulman nos faz pensar em alguns temas que preferimos deixar de lado ou simplesmente fingir que não existe: o medo de seguirmos adiante, o medo de encarar quem somos e esquecer o que isso significa para os outros, de ter firmeza em seus pensamentos e emoções.
Ao longo do filme na Welton Academy, uma escola preparatória do mais alto nível na cadeia de ensino, um antigo aluno retorna par a escola, agora como professor de literatura. Neste sistema o que vigora é o padrão, o não pensar, simplesmente seguir o que outros já fizeram, dirigir as cabeças destes jovens de acordos com seus sistemas e impedi-los de erguer a voz contra o sistema que dita a cada um deles o que pensar, quando pensar e o que fazer com suas vidas.
Inserido neste sistema temos um antigo aluno que já viveu todo o “inferno” da escola e sua rigidez acadêmica. Ele vem com um sopro de vida para um ambiente que é corroído pelas traças do tempo, porém funciona. Quem estuda ali sai com as melhores notas do país, porém não são seres pensantes, são meras máquinas de um sistema antigo, limitador de suas capacidades e onde devem ouvir sem dar a opinião, sejam aos professores ou a seus pais, ditadores tiranos. Quem dá direito a um pai de decidir o que o filho irá fazer na vida? Afinal quem irá viver? O pai ou o filho? Quem sofrerá ou rirá com todo o percurso? O que é melhor para meu pai, seus sonhos e desejos é o 
melhor para mim? Quem tem o poder de decidir isso?
E muitos são oprimidos por seus pais, que não conseguiram realizar seus sonhos e vêem em seus filhos uma forma de conseguir aquilo que não conseguiram alcançar na vida. E somos obrigados a seguir o sonhos dos outros? Não importa que esse “outro”seja nosso pai ou nossa mãe. Eles não tem o direito sobre nossa vida. Quem engendra um ser, que o cria, não o cria para si. Cria-o para o mundo. Por exemplo, já viram um pássaro que permanece eternamente com seu filhote sem lhe dar liberdade para abrir suas próprias asas e seguir com sua vida, criar uma nova família? Esse filhote é uma mera sombra, tanto de seus pais, quanto de si mesmo. È um estorvo aos pais que precisam ficar esgotando suas energias após o processo de aprendizagem terminou. Um dia esse filhote precisa sair do ninho e voar e se ele não sai por bem, os pais o obrigam. Não que os pais percebam, mas faz total diferença um filho que nunca sai do ninho e fica ali a esgotá-los, por mais que amem cuidar de seus filhos, eles precisam descansar. E então vem uma pergunta freqüente, mas e eles? E quando eu sair do ninho o que será deles? Não cabe a você decidir, o tempo passa, e se você não construir seu próprio ninho simplesmente perecerá com eles sem abrir as asas e sentir o frescor da brisa em seu rosto.
E quando o pai o obriga a seguir seus passos, com autoridade e rigidez, usando de sua experiência e dependência que você tem dele para te forçar a fazer o que ele deseja? Use o que aprendeu com ele. Afinal um dia você o viu caçar não? Então use as mesmas técnicas. Um submisso que sempre abaixa a cabeça como se não tivesse vida ou vontade, como será capaz de enfrentar o mundo se nem ao menos é capaz de enfrentar os pais? Ou será que você espera que ele simplesmente abaixem a cabeça e te deem passagem dizendo: vai... toma teu rumo que não nos importamos com você. Não é assim que as coisas funcionam. Você tem que enfrentá-los, erguer sua voz para dizer a sua vontade,  os pais são pessoas como outras, mas eles te puseram neste mundo, por isso eles são as que mais se importam com você e cada um reage de formas diferentes com sua cria. Mas a cria tem que mostrar ao seu criador a sua vontade, porque como ele irá saber seus desejos se ela nunca se manifesta? Se não há contestação, provavelmente é porque não há problema algum.

Isso cai em um tema marcante no filme, o medo. Temos medo de sermos quem somos, porque temos medo da reação dos outros, de como se comportariam caso seguíssemos este ou aquele caminho e também o peso da preocupação com a opinião dos pais, de desagradá-los, de não ser o suficiente para eles. Mas não tem que ser suficiente para ninguém, tem que ser suficiente para você. Ainda que você viva debaixo de uma ponte é por causa de você e não dos outros, mostra que você viveu, batalhou e se arriscou. E então valeu a pena, porque não ficou sentado a espera de algo acontecer, a espera do comando dos outros, de uma direção a seguir, de um líder para te guiar. Você é seu líder e pode dizer que está onde está por suas determinações e não as dos outros. E no futuro não olhar para trás e ver-se como alguém que nunca viveu, que é uma mera sombra de sonhos dos outros enquanto os seus definharam numa poça de fracasso sem nunca tentar persegui-los. Nunca é tarde para recomeçar, mas também as portas não estarão sempre abertas para quando você quiser passar por elas.

E então caímos em outro tema abordado pelo filme, as emoções e a firmeza no pensamento. Quantas vezes não sublimamos o que sentimos novamente por aquele medo da aceitação? O quão fundas estão enraizadas as raízes da insegurança em nossas mentes? Não podemos arrancá-las e lançá-las no abismo eterno do esquecimento? E plantarmos a certeza, regar com a determinação e colher os frutos da razão?
O mais difícil de tudo é acender uma luz quando um mar de rostos marcados pela própria insegurança e inveja virados contra aqueles que ousam erguer-se e dizer o que pensam quando todos os outros se calam e nada dizem? E para esta pequena vela ,como suportar o açoite dos ventos da ignorância?
Todos temos as respostas para as perguntas aqui abordadas, e também as deixadas pelo filme, mas como o John Keating, o antigo aluno e novo professor, ensina no filme, você precisa aprender a pensar. E é o mais difícil para todos nós. Mas com esforço e determinação podemos conseguir. Então para um exercício inicial tome os assuntos aqui abordados como exercícios e também os do filme. Então poderá melhorar, aperfeiçoar quem você é com mais força e confiança em si mesmo.

P.S.
Caso queira compartilhar os resultados, seja bem vindo. Estou ansioso em saber o que descobriram sobre si memos.

domingo, 18 de dezembro de 2011

O segredo da cerveja


O segredo da Cerveja

Há muito e muitos anos, nos primeiros anos de sua história, a Escócia estava dividida em dois reinos, que viviam constantemente em guerra: o Reino dos pictos e o Reino dos escoceses. Os pictos eram os habitantes da terra , e os escoceses tinham vindo da Irlanda e invadido a terra bem antes do século IX.
Os pictos tinham um segredo. Eles sabiam fazer cerveja de urze, uma plantinha de flores pequenas e coloridas, muito comuns em montanhas de granito. Era um segredo tão precioso que apenas uma família o conhecia. Os membros dessa família haviam guardado esse segredo como um tesouro e o haviam passado de pai para filho, geração após geração.
Os escoceses queriam aprender o segredo da cerveja. Tinham-na provado e estavam determinados a fabricá-la por conta própria. Um dia, os escoceses cavalgaram até o extremo oeste da escócia onde vivia a família que guardava o segredo. Depois de uma longa batalha, um bando de guerreiros escoceses conseguiu capturar o velho pai e seu filho.
O velho e o filho foram trazidos diante do líder dos escoceses. Eles estavam no topo de um penhasco, e as pequenas flores de urze – roxas, cor-de-rosa e brancas – estavam por todos os lados. Lá embaixo o mar se chocava violentamente contra as rochas e gaivotas barulhentas voavam sobre eles.
“Vocês lutaram bem”, disse o chefe dos escoceses. “Mas agora a batalha terminou. Digam-nos o segredo da cerveja, e pouparei suas vidas.”
O velho e o seu filho não disseram uma palavra.
“Muito bem’, disse o chefe dos escoceses depois de alguns segundos. “Vejamos quão corajosos vocês são.”
Durante três dias e três noites os soldados espancaram e torturaram o velho e seu filho. Então o filho gritou: “pai, minhas forças estão no fim. Eu... eu...”
“Cale-se”, disse seu pai. Ele voltou sua cabeça branca para um dos soldados e ordenou: “leve-me até seu líder”.
“Vou lhe contar o segredo”, ele disse, “sob uma condição”.
“Que condição?”, perguntou o chefe dos escoceses.
“Matem meu filho primeiro!”
“O quê?”, exclamou o escocês.
“Levem meu filho à morte. Não quero que ele veja a vergonha que trarei para mim e para minha família quando eu lhe disser o que você quiser saber.”
“É muito justo”, disse o escocês. “Venha e veja você mesmo”.
Ele caminhou até o rapaz,. O velho seguiu-o lentamente. Com um alto brado o general escocês sacou a espada e cortou a garganta do rapaz.
“Aí está velho. Agora conte-me o segredo da cerveja.”
O velho aproximou-se de seu filho e inclinou-se sobre seu cadáver. Passou a mão no rosto do rapaz e fechou-lhe os olhos. Depois, levantou-se de novo e gritou:
“Imbecis! Vocês realmente acham que todos os seus tormentos podem me fazer falar? Eu ouvi os gritos do meu filho. Ele era jovem. Não tinha vivido o suficiente. Para ele a idéia de morrer, de não mais pisar essa grama, não mais contemplar esse mar e não mais ouvir esses pássaros era demais. Eu sabia que ele não conseguiria guardar nosso segredo por muito mais tempo. Por isso lhes pedi que o matassem. O segredo morreu em segurança com ele. Quanto a mim, façam comigo o que quiserem, jamais lhes direi como fazer a cerveja”.
Quando o líder dos escoceses ouviu as palavras do velho, as veias de sua testa saltaram de fúria.
“Levem-no daqui”, ordenou a seus soldados. “Levem-no daqui e atirem-no do penhasco. Que o mar o cubra para sempre com suas lágrimas salgadas!”
E então os homens jogaram o velho picto do penhasco. Ao cair daquela grande altura, ele levou consigo o segredo da cerveja de urze.


Papai Noel


Papai Noel
Em nossa sociedade quando pensamos em um mito universal, que todos conhecemos, que a cada ano nos visita, seja por sua mera lembrança ou sonhos que temos com uma época festiva e onde ganhamos e compartilhamos presentes, pensamos em Papai Noel.
Essa figura mítica ocupa muitos níveis que vão além do mero capitalismo e das roupas vermelhas, além de um longa barba. Ele representa um arquétipo que há muito vem tentando ser resgatado: o da solidariedade, do amor ao próximo e também da igualdade (valores muito professados nos dias de hoje pelas religiões e entidades sociais, porém pouco praticado). Em seu trenó ele carrega mais do que simples presentes, carrega também a cura e união para os povos.  Com a globalização que vivemos desde os tempos mercantis, as nações vencedoras impõe sua cultura as outras e essa figura rechonchuda e que trás presentes é um excelente elo.
Agora vamos um pouco na origem deste bom velhinho:
Na Europa germânica habita Odin, o senhor dos deuses nórdicos, que a cada dia 21 de dezembro, no festival de Yule, representando o solstício de inverno, quando os dias são mais curtos que a noite e o momento das trevas reinarem sobre a terra trazendo seu manto gélido, era realizada um caçada festiva em honra a essa transição como um pedido para um inverno não tão rigoroso.
Então com a ajuda de seu cavalo Sleipner corria os céus em busca de sua caça. Sleipnir é um cavalo de oito patas que é capaz de percorrer longas distâncias em poucos instantes, ou seja, rompia a vastidão dos céus em um piscar de olhos. E com tal velocidade ele se cansava facilmente, necessitando parar muitas vezes para recuperar o fôlego. Era aí que crianças por toda  a Germânia colocavam suas botas cheias de feno, açúcar e cenoura próximas a janela. Odin retribuía estes gestos com generosos presentes por sua generosidade.
Além da Germânia temos histórias de bons velhinhos também em Roma. Na Roma Antiga era realizada as saturnálias, um festival em honra a Saturno, deus do tempo, realizada por volta de 23 de dezembro. Neste festival os patrões presenteavam seus servidores e passavam a servir-los como forma de agradecer pelos serviços prestados.
“ Os romanos ofereciam estatuetas de deuses, em argila, pedra-mármore, ouro ou prata, de acordo com suas posses. Durante as festividades do Ano Novo romano, também era costume colocar ramos de pinheiro na porta das casas de pessoas amigas. À medida que o Império progredia, a troca de presentes foi se tornando cada vez mais difundida e simbólica.”
“Numa das lendas que envolvem o personagem Nicolau, certo dia um açougueiro raptou três crianças que brincavam nas redondezas. Elas as matou, esquartejou, e depositou a carne de seus corpos mutilados em barril para que fossem curtidas. Havia escassez de alimentos naquela época, e a intenção do açougueiro era vendê-las no futuro como se fossem presunto. Antes que isso acontecesse, Nicolau chegou à cidade para aliviar a fome dos seus habitantes. Quando encontrou o açougueiro, não só foi capaz de entrever o crime que ele havia cometido, como também ressuscitou as crianças através de suas orações.
Outra lenda narra a história de um homem muito pobre, pai de três filhas que jamais se casariam pois jamais poderiam oferecer qualquer dote. Com isso, as jovens caminhavam para a prostituição. Quando soube do infortúnio desta família, Nicolau quis ajudá-la, mas sua modéstia o impedia de fazê-lo em público. À noite e em silêncio, aproximou-se da janela da casa daquela família e atirou para dentro três valiosíssimas pulseiras de ouro, uma para cada jovem, evitando assim o seu triste destino.”
Por essa união de tantas culturas e costumes, entendemos o porque desta figura ser tão universal. Ela se baseia em muito mais do que as aparências de um velhinho interessado em vender seus bonequinhos. Mas sim em alguém altruísta e constante no tempo, que adaptamos a nossa cultura atual e que ele continua a alimentar nossos sonhos nas noites em que permanecemos acordados esperando o dia de amanhã e a sua visita, mesmo que seja apenas um sonho

Aqui estão as fontes de pesquisas e de onde foi retirado alguns trechos: