Grande Sertão: Veredas
João Guimarães Rosa
Ao lermos “Grande Sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa, conhecemos o mundo dos jagunços, a vida do povo do sertão. E a primeira coisa que chama a atenção nessa obra, é o vocabulário, são palavras recitadas pelo povo, com a grafia própria da fala, tudo para tornar mais realista e pungente este volume.
O sertão, belo e cruel, representa a vastidão e complexidade da vida. Nós, humanos, possuímos um sertão incrustado em nosso ser. Riobaldo é um exemplo disso, ele é áspero, mas possui a delicadeza da alma. Riobaldo possui uma alma atormentada, ele se sente diferente das pessoas ao seu redor, é um questionador, mostra muita das falhas humanas. Deste homem rude, nasce à flor da mais bela filosofia. E é a sua ânsia por descobrir mais de si mesmo, que o leva a contar sua história para um estranho, podemos contar nossos maiores segredos a desconhecidos, pois eles nos ouvem agora, e amanhã nunca mais os vemos.
É nos descortinado o mundo do cangaço, os sofrimentos de pobres seres à mercê de seus líderes, que aceitam a morte de frente por lealdade a suas metas. Vemos a forma de pensar do cangaceiro, suas guerras, o desejo de tornar o sertão um lugar melhor para se viver. Porém a morte de Joca Ramiro, uma sórdida traição, pelas mãos de Hermógenes e Ricardão leva o bando a uma caçada desesperada atrás destes traidores, conhecidos, a partir de então como Judas. Vários combates e mortes violentas vislumbram-se ao longo do percurso. Riobaldo explica a seu ouvinte como tudo chegou a este ponto, então passa a narrar sua vida desde pequeno.
Quando tinha quatorze anos Riobaldo conhece um menino de sua idade, olhos de um verde profundo, que o fascina. Anos mais tarde ele reencontra esse menino, agora um homem, e se junta a ele e ao bando de Joca Ramiro. Esse menino se chamava Reinaldo, e o fascínio que produzia em Riobaldo só aumentou.
Diadorim em série de Televisão
A amizade entre eles era muito mais do que simples
amizade, entre eles surgiu o amor de formar incontrolável. O centro dos pensamentos de Riobaldo passam a ser Diadorim, este é o verdadeiro nome de Reinaldo, porém isto o deixa perturbado e sem ação. Afinal Diadorim é um homem, isto, porém, pode não ser tão simples quanto parece. Esse amor é uma forma sublime dum sentimento praticamente inexistente nos corações incertos dos jagunços do sertão.
Este livro nos faz ver que a vida destes homens é mais do que meras batalhas, disputas, podemos ver suas angústias e frustrações. Riobaldo entende que a guerra traz mais guerra e o amor traz mais amor, tudo isso para um homem do sertão. Como ele mesmo disse; “Viver é um negócio muito perigoso...”.
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