Páginas

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Relógio de areia


A Vida escoante
Pare e pense. São os últimos minutos de sua vida que serão definidos por um relógio de areia e cada grão da areia caindo é um minuto da vida passando. Já pensou em como foi sua vida?
Um belo questionamento, apesar de poucos pensarem nele, uma vez que exige muita reflexão e um olhar crítico, livre de máscaras forjadas para nos proteger de nossos medos, voltado para um eu não revelado ao mundo. A vida escoa a cada segundo e cada um desses segundos passados não há como voltar, não há como fazer o relógio retornar e, portanto, qual a razão de não apreciarmos os instantes dos quais nunca mais poderemos reviver, uma vez que já passaram? A vida é regada por maravilhas esquecidas, maravilhas deixadas de lado, pois são consideradas triviais, passageiras... Um exemplo dessa trivialidade é o amor.

O amor é um tema tão falado pela sociedade e ao mesmo tempo tão renegado por ela. Apesar de ser um assunto extremamente debatido ele não é praticado. As pessoas, sempre que o sentimento amor lhes vem à cabeça, se lembram do clássico amor romântico, onde a doce princesa espera seu príncipe resgatá-la da prisão. Essa face do amor é tão recorrente porque todos esperam ser salvos do vazio que toma conta de suas vidas conforme o tempo passa, o cavaleiro vem nos salvar das verdades deixadas de lado e nos levar a um mundo onde o final sempre é “viveram felizes para sempre”. Porém não vivemos um conto de fadas, além de termos poucas chances de encontrarmos cavaleiros em seus corcéis brancos dispostos a nos levar a seus castelos, uma vez que a era dos príncipes e cavalarias já passou. Um motivo para esse vazio que preenche a alma humana ao longo das eras e a faz ansiar pelo resgate é a falta da compreensão da amplitude do sentimento amor.
Vemos os poetas derramarem palavras apaixonantes nos fazendo suspirar por amores sonhados. Viver neste estado é o egoísmo humano do suposto apaixonado, aquele que em tudo vê traços do ser amado, a linda fase dos suspiros. Um dia os suspiros acabam e nos vemos em um meio estranho ao que sonhamos, uma realidade muito diferente dos nossos devaneios. E como lidar com esse egoísmo trazendo à vida as ramificações do amor, enraizando-as em um solo de próspera sociedade, que nos fará viver em um tão sonhado mundo feliz?

Amar é entregar-se, é o desabrochar do suave encanto do cuidado, de sempre buscar fazer o melhor para todos, pensar no mundo que nos cerca, uma vez que ele é o nosso lar, nossa casa. Esse lado do amor vem sendo suplantado por sentimentos nascidos do egoísmo, de mente ansiosas pelo poder, guiada pela ganância. Vê-se tantas guerras devastarem os povos, arruinarem a vida de milhões de inocentes e qual a razão de toda essa selvageria humana? O ser humano não se considera um ser racional e por esta razão superior aos outros? Então onde está sua superioridade quando devasta sua própria espécie?
Deixamos para trás as cavernas, estes grãos não deveriam voltar a contar o tempo. Os corações humanos necessitam de voltarem-se uns para os outros realmente, não apenas em sonhos, mas no real, no tangível, onde o toque é possível, onde a voz ecoa, onde é possível realizar gestos de carinho com os amigos, com a família, com todos que amamos. Ouvir ecoar pelo globo as palavras dos amantes, eu te amo, mas não como um eco,mas como a verdadeira canção do coração.
Ao podermos gritar a todos o amor que nos toma, poderemos, enfim, apreciarmos verdadeiramente cada instante da curta existência para a qual damos o nome de vida.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é muito importante para mim, por favor deixe a sua opinião aqui.
Eu peço apenas que não utilizem palavras de baixo calão ou xingamentos, não modero os comentários, porém caso sejam apenas de ofensas serão excluídos, críticas serão sempre bem vindas.
Desde já muito obrigado,
Pallas