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domingo, 4 de março de 2012

A mente dos Homens, part III


ser humano,
dom ou
Maldição?
Hoje trago o final da Entrevista com R.R.L Convoitise, na primeira parte de sua entrevista falamos sobre imortalidade, morte e também vida, agora trago a segunda parte perguntas como o que é ser um deus, o que significa o EU, liberdade, mergulharemos na mente desse grande amigo meu.
Que possamos aprender com essa grande pessoa que ainda trilha os caminhos do desconhecido, do conhecimento que todos percorremos e que ele já percorre e busca, que sejamos iluminados.
Muito obrigado R.R.L Convoitise, foi com muito orgulho que pude trazer sua opinião para meu blog, deixo o convite para que sempre volte.
Vamos dar início ao final de nossa entrevista:
 

Ser humano, o que significa ter o maior dom e ao mesmo tempo a pior maldição da natureza?
 
Posso dar algumas definições “politicamente corretas” sobre o que significa ser humano, porém creio que este não seria o caminho mais correto, visto que o objetivo desta entrevista, por suposto, é conhecer a minha forma de pensar. E para mim é um pouco complicado tentar definir o que significa ser humano.
De fato, ser desta espécie é um dom e uma maldição, visto que, somos um pouco mais racionais que os demais seres de espécies diferentes e toda grande habilidade vem acompanhada de grande responsabilidade, responsabilidade esta muitas vezes negligenciada.
Quando digo um pouco mais racional, o faço por repulsa ao conceito de que os demais seres do mundo animal não tenham razão. Não creio que ajam somente por instinto como nosso estimado Darwin que, muito nos auxiliou a entender o processo evolutivo, afirma. Agir por instinto todos os seres agem, mesmo nós humanos.E não é por agirmos em diversas circunstâncias por instinto que deixamos de ser permanentemente racionais, não é?
Penso que todas as criaturas são dotadas de razão e consciência, cada um de acordo com sua própria capacidade, desta forma estamos uma polegada a frente dos demais seres que coabitam nosso planeta. E de fato, este é o dom mais notável que recebemos da Natureza, enquanto entidades viventes e pensantes.
E justamente por sermos um pouquinho mais racionais que nossos irmãos do mundo animal, temos também mais responsabilidades para com nosso Lar. Não que as demais criaturas não tenham seus próprios encargos no nosso grande Lar, chamado Terra, porém creio que a maioria deles, senão todos, cumprem seus devidos papéis para a manutenção e equilíbrio da Casa, a excetuar-se nós os humanos.
Uma coisa que há muito tem me afligido é que, infelizmente, os humanos passaram a se tornar uma ameaça para a vida na terra, uma ameaça para o próprio planeta. Não é que deixamos de seguir o curso natural da evolução, mas o grande problema é que deixamos de respeitar nossa casa, e a nossa Mãe Natureza, posso estar parecendo um neo-adepto do movimento hippie ao dizer “Mãe Natureza”, porém ninguém pode negar que viemos Dela, seja qual for o credo criacionista ou evolucionista, o fato é que pertencemos à natureza, nossa vida teve origem no seio da Terra que, curiosamente foi personificada sob a forma de uma Deusa-Mãe em diversas culturas pagãs no mundo todo (sendo a mais conhecida representação a Deusa Gaia, grega).
Nós, com o passar dos séculos, começamos a agredir nossa Mãe, sim, estas palavras foram colocadas da maneira correta, para transparecer o quão grave é a situação, pelo menos ao meu ver e de uma boa parte de pessoas que começaram a despertar para o abuso que cometemos contra nossa casa.
Todos sabem que, quando uma espécie se torna numerosa demais na natureza ela ameaça o equilíbrio ecológico do ambiente em que vive, com os humanos não é diferente, nos tornamos com o passar do tempo a espécie mais numerosa do planeta, já somos 7 bilhões de pessoas habitando e agredindo indiscriminadamente nosso mundo. Talvez quando esta consciência se tornar global, já será tarde demais.
Eu me entristeço de uma forma indescritível quando começo a pensar sobre isto. E não estou usando de demagogia ao dizer estas palavras, quem me conhece sabe que algumas vezes meu coração se enche de tanto pesar ao perceber o que estamos fazendo com nosso Lar, com nossa Mãe, que quase me coloco em prantos.
Como sabemos também, quando uma espécie passa a ameaçar um determinado habitat, a solução mas eficaz para combater a „praga é a colocação de predadores naturais no mesmo ambiente, e quanto os animais humanos? Quem são nossos predadores? Ninguém. A maior maldição de ser humano para a natureza, é o fato de estarmos no topo da cadeia alimentar. Ninguém consegue conter a praga humana que devasta o planeta como um enxame de gafanhotos devastando uma plantação. Isso é realmente lamentável.
Destruímos nossas matas e construímos nossas colméias, cinzas de cimento, para abrigar nosso enxame, sem nos preocuparmos com as conseqüências que isso nos trará. Sem nos preocuparmos com as conseqüências que isso trará ao Nosso Lar.
Acho que uma outra maldição acarretada pela consciência que os humanos possuem, é o sentimento, em especial o de tristeza e melancolia. Por sermos criaturas um pouco mais racionais que as demais, também nos deixamos ofender e nos entristecemos com maior freqüência, algumas vezes simplesmente por que as palavras proferidas por outrem, para nós, pode ter significados inimagináveis.
Por mais que pareçamos fortes, ainda assim temos sentimentos, nos ferimos, nos magoamos. Talvez eu não tenha usado a forma correta para me expressar, talvez não seja uma maldição, mas apenas uma fraqueza de ser Humanos, uma grande fraqueza.
Digo isto, pois eu mesmo muito tenho sofrido por esta fraqueza, a fraqueza emocional, dos sentimentos infelizes. Será que algum dia aprenderemos a viver de uma forma mais harmônica com nosso ambiente natural e conosco mesmos? Talvez algum dia encontremos as respostas. Talvez um dia você mesmo as encontre.

Um deus, o que significa um ser que tem o poder sobre as essências dos seres.
 
Percebo que a maioria de tuas perguntas está relacionada ao significado das coisas. Bem, está certo que tudo, em todos os tempos e em todos os lugares está repleto de significados, símbolos e conhecimentos. Mas a questão é que nem todos os significados são vistos e interpretados da mesma forma por todos. ( As diversas formas de se olhar uma mesma coisa, lembra?)
Com a questão das divindades é bem semelhante. Cada povo tem interpretado e atribuído significados sobre as forças criadoras de uma maneira diferente, geralmente relacionadas aquilo que elas conhecem. Há algum tempo, li um pensamento de Sigmund
Freud, se não me falha a memória, que diz que o “homem [...] criou Deus a sua imagem e semelhança, segundo ele, nós os humanos criamos a Deus para que tivéssemos a quem atribuir coisas que não conseguíssemos explicar.
Ou simplesmente por que precisamos saber que há alguém superior a nós, o que foi chamado de notação de inferioridade. È como se os humanos precisassem se sentir inferiores a alguém para se sentir bem. Bom, mas receio que ao mencionar este pensamento esteja fugindo do objeto principal desta entrevista, que é conhecer meus pensamentos e minha forma de pensar.
Pois bem, voltemos a mim e meus modestos pensamentos: Eu creio em Deuses, sim no plural, Deuses. Como pagão, creio na existência em mais de uma divindade, que de uma ou outra forma interferem em aspectos da existência humana.
Uma coisa muito interessante que frequentemente converso com meu companheiro de estrada, é que as pessoas pensam que os deuses ( ou Deus, para os monoteístas), não tem mais nada a fazer a não ser ficar olhando os humanos lá de cima, sentados em seus tronos levando uma vida monótona de apenas olhar pela humanidade.
Se levarmos em conta, as mitologias pagãs fazem um pouco mais de sentido que a mitologia monoteísta, pois elas retratam os deuses como seres que também possuem vida própria, seus próprios problemas, suas próprias preocupações.
A mitologia monoteísta nunca explica o que o Deus em que acreditam faz quando não está olhando para a humanidade. Eu, creio nas forças criadores como o eterno masculino e o eterno feminino que, a meu ver faz muito mais sentido já que fomos
“feitos a imagem e semelhança de quem nos criou. Ora, não fomos criados homens e mulheres? Não seria então plausível que também tenham sido um Deus e uma Deusa a nos criar, desta forma mantendo sempre o equilíbrio entre as polaridades?
Prosseguindo, a meu ver ser Deus vai muito além de cuidar da humanidade, olhar por ela, interferir na vida dos humanos positiva ou negativamente, ser Deus é ter uma vida própria para cuidar e ainda a vida de uma multidão de humanos que recorre a ele, principalmente nos momentos de precisão.
Ser Deus, é ter poder para interferir de diversas formas no curso da humanidade, sem nunca poder ferir o livre-arbítrio que concederam aos humanos logo após a criação. Mas a questão é: se somos semelhantes aos deuses, então eles também se zangam, entristecem e tem dias ruins, será que em uma dessas ocasiões eles (ou Ele) não interferem diretamente na vida dos humanos esquecendo, nem que seja por um segundo, do livre-arbítrio?
Sei que fugi um pouco de tua pergunta que queria saber „o que SIGNIFICA ser Deus e falei mais do que concebo por “o que É ser Deus, acho que não sou ninguém para dar significado a algo tão grandioso como uma divindade, creio que cada qual atribui um significado, e acho que não seria legal eu expor aqui um significado realmente muito pessoal, meu medo é que os leitores mais incautos desta entrevista possa deixar-se levar pelos significados que eu atribuo, ou que eu insinue que possam ter, e creio que isso não seria nem um pouco positivo para meu espírito, segundo minhas próprias crenças.
O Fato é que, ser um Deus é algo mais complicado do que as pessoas possam imaginar, exige uma grande responsabilidade, um grande discernimento, pois se tem o controle da vida de todos os seres nas mãos, porém deve-se ser sempre justo e fiel aos humanos, por mais que estes duvidem de sua existência.
Eu, considero a mim mesmo e a qualquer humano que eu conheço, inapto à assumir uma posição desta magnitude, por isso antes de achar que é fácil ser deus, pense como seria ter de cuidar de sua vida pessoal, com seus problemas e ainda ser diretamente responsável e responsabilizado pela vida de milhões de pessoas que perto de seu poder e de sua glória são apenas grãos de areia e, mesmo assim, ter de respeitá-los e procurar amá-los mesmo que a recíproca não seja verdadeira, mesmo que já esteja farto da humanidade e seus erros abomináveis. De fato, a vida dos deuses não é apenas um mar de rosas como muitos julgam ser...

EU, porque tememos tanto o nosso próprio EU?

 
O nosso Eu mais profundo é a divindade que habita em nós, é a nossa própria essência. Tememos o encontro com nosso Eu superior, nosso Eu mais profundo, simplesmente por que não sabemos o que esperar. O medo de nós mesmos é um medo instintivo, não sabemos o que há lá no mais escuro canto de nossa alma.
Quando começamos a nos conhecer um pouco melhor, muitas vezes nos assustamos e nosso medo é que, se nos aprofundarmos ainda mais em nossa essência possamos nos assustar ainda mais. Perder-nos no quão desconhecido somos de nós mesmos.
Talvez o encontro com nosso próprio eu seja tão atordoante quanto viver uma vida toda em uma casa e depois de décadas morando lá olharmos pro lado e ver que morava alguém ali conosco, alguém que não conhecíamos e não sabemos como reagir a este encontro, não conhecemos suas capacidades, suas limitações.
O medo do Eu na verdade, nada mais é do que o medo de nos descobrirmos, de nos vermos sem os véus que cobrem nossa essência, pois lá no fundo temos uma vaga consciência de que ainda não estamos preparados ou devidamente evoluídos para essa auto-descoberta, para esse encontro tão transcendental.
Ou ainda, simplesmente por que tememos temer quem somos, passando o medo do Eu a ser medo do próprio medo.
O mais interessante disso tudo, é que sempre julgamos conhecer as outras pessoas, sem nunca parar para perceber se nós nos conhecemos realmente. Nunca sequer paramos para pensar porque é mais fácil se aproximar de outrem que de si próprio.
Talvez algum dia consigamos parar de temer a nós mesmos, pararemos de fugir de nossas próprias habilidades, de nossos próprios fantasmas e quando esta sabedoria tiver sido aceita e difundida entre muitos e todos conseguirem viver em harmonia consigo próprio, talvez também o mundo se torne um lugar harmônico. Já dizia minha mãe, nossa casa (ou nosso quarto – como ela dizia para mim) é o reflexo de nossa alma. O mundo é nossa Casa, ele anda bagunçado ou todo arrumadinho? Pense.

LIBERDADE, uma palavra bela, mas o que implica ter liberdade?
 
As pessoas de um modo geral, e especialmente os jovens, comumente confundem a liberdade com falta de responsabilidades. Acreditam que só serão devidamente livres se
não houver com o que se preocupar, bom talvez seja exatamente este modo de pensar que têm escravizado e aprisionado boa parte das pessoas no mundo.
Uma vez um grande compositor chamado Renato Russo disse: “Disciplina é Liberdade”, essas palavras fazem muito sentido. Ter liberdade implica em respeitar alguns limites. Sei que parece meio contraditório dizer que há limites na liberdade, principalmente quando o conceito de liberdade mais difundido implica em não haver limites, não haver regras a serem seguidas.
Mas o fato é que há diversos tipos de liberdades, e sempre obtemos liberdade quando alguém a concede a nós em algum dos aspectos da vida, seja profissional, amoroso, e etc e etc.
Quando alguém nos “concede” liberdade, significa que ela confia em nossas escolhas e em nossas atitudes e, por suposto, espera que nós não a decepcionemos e que façamos escolhas que não prejudiquem a ninguém. Para se ter liberdade, é preciso ser merecedor dela, é necessário que os limites anteriormente mencionados, sejam levados em conta, mesmo que não sejam definidos, mas fiquem subentendidos.
Ter disciplina é ter liberdade, saber respeitar o espaço do sentimento, da liberdade de outrem. Ter liberdade é, ao utilizá-la sabiamente, provar que somos merecedores de cada vez mais confiança. A plena liberdade só pode ser conquistada aos poucos, a cada liberdade menor que nos é confiada.
Aquele que é fiel no pouco, também é fiel no muito. Podemos ser livres, basta querermos e entender que, liberdade exige respeito. Ou acabaremos livres, como selvagens, sem ninguém por perto com quem compartilhar tamanha felicidade alcançada.
Pois a nossa liberdade está intimamente ligada com a liberdade e a confiança que outros depositam em nós. Se formos indisciplinados de nada valerá qualquer liberdade que recebamos.
Liberdade implica em sabedoria nas decisões, respeito e principalmente disciplina, isto pelo menos a meu ver, é claro.
 
Esta foi à entrevista com R.R.L. Convoitise, realmente agradeço por sua colaboração, meu grande amigo, que Deusa o ilumine e o abençoe, e sempre se lembre que estará
pela eternidade em meu coração.
Há todos muito obrigado por acompanharem nossa entrevista e até a próxima.
Pallas

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