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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A semente da verdade



A semente da verdade
 
O imperador, com seu longo reinado sentia a visita amiga da morte, porém não possuia um herdeiro para deixar seu trono. Sem saída para lidar com seu impasse, pede auxílio a seus conselheiros e juntos decidem convocar as crianças do reino.
Thai foi uma delas. De origem humilde, mas dedicado a sua família e sua casa, cuidando de seu jardim, onde cada planta tocada por ele crescia viçosa e forte.
No dia marcado, dirigiu-se ao palácio, onde, além de si encontrava-se milhares de pequenos súditos.
O imperador disse:
- O Futuro da nação diante de mim. Pequenas crianças, meu sucessor se encontra entre vocês. Darlhe-eis uma tarefa. Vejam estas sementes. Devem cultivá-las. O trono será daquele que me trouxer, daqui a um ano, a planta mais bela.
Thai, um excelente jardineiro, sentia-se confiante em sua tarefa. Porém o tempo passava, e por mais que se esforçasse, a semente não germinava. O menino dedicava-se noite e dia a pequena semente, sem resultado algum.
E após um ano, novamente devia se apresentar ao imperador com sua planta. Mas a semente de Thai não havia germinado e o menino desesperava-se, e sentia-se inferior as outras crianças, que provavelmente teriam conseguido belas plantas. Porém seu avô lhe disse:
- Você é honesto. Vá ao imperador e diga a verdade. Sua dedicação foi máxima, mas a semente não brotou. Não se envergonhe, querido, apenas explique o que fizestes, pois devemos sempre agir com honestidade, buscando a felicidade, sem que a nossa alegria faça alguém infeliz.
Thai obedeceu ao avô e seguiu em direção ao palácio. Entretanto ao chegar lá, ficou assustado, pois era a única criança a não trazer consigo uma belíssima planta.
O imperador chamava as crianças e examinava os vasos. Não sorria e nem esboçava contentamento.
Thai tremia de ansiedade, pois se o imperador não havia até então aprovado aquelas plantas maravilhosas, o que não diria de seu vaso sem nada?
Thai foi ficando para trás e, quando se deu conta, era o último da fila. Mas sua vez chegou, e ele não poderia adiar mais o encontro com o imperador.
- Vejamos, meu jovem, o que tem para me mostrar.
Thai não pôde mais evitar as lágrimas. Com a cabeça baixa, mostrou o vaso ao imperador e disse:
- Senhor, sou um jardineiro e uma de minhas virtudes é a perseverança, mas por mais que eu tenha me esforçado, a semente não brotou. Meu avô ajudou a pensar sobre o que fazer e optei por dizer a verdade, contar meu esforço e pedir-lhe perdão.
- Não se envergonhe, criança, você fez o certo. A sua grande virtude foi dizer a verdade, pois eu havia queimado todas as sementes e nenhuma poderia germinar. Portanto, você foi o único que, de fato, plantou a semente da verdade.



Nesta bela história vemos o quanto às pessoas buscam agradar aos outros imaginando fazer o certo, mesmo que não sejamos verdadeiros e honestos conosco e com os outros.
Buscamos o lucro que obteremos, não a sinceridade.
A semente destacada demonstra que ao longo da vida plantamos inúmeras sementes que irão prosperar ou não de acordo com os nossos cuidados e caso ela não floresça não é comprando uma nova que obteremos o que desejamos.
A arte da jardinagem nos molda, molda quem somos e quem viremos a ser. Somos nossos próprios jardineiros e também a semente a germinar. Porém não germinará sem cuidados e dedicação.
Não é com um pouco de água um dia sim e outro não que iremos crescer e frutificar.
A perseverança é a energia e a dedicação a água, para a semente de nossa vida.
Não podemos nos dedicar por um tempo e simplesmente desistir porque ela não germina e frutifica no tempo que esperamos. Muitas vezes quando ela está prestes a tornar-se uma bela planta tiramos nossos cuidados porque desistimos sem tentar. A semente morre antes de poder se desenvolver plenamente.
Permitiremos sermos um botão que não abre e atinge seu ápice?



Um comentário:

  1. Esse conto é maravilhoso e é usado em sala de aula, os alunos se encantam, assim como nós professores, felicidades a vocês!

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